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A técnica de enfermagem Sirlene Silvério estava de plantão no hospital municipal de Godoy Moreira (PR) no fim da noite do último sábado, quando a equipe foi notificada de um acidente de carro. Ela soube que seu filho, Mateus Silvério de Souza, de 24 anos, estava envolvido na batida e foi ao local prestar atendimentos, mas não imaginava a proporção. Ao chegar à PR-650, a cerca de 10 km do centro da cidade, descobriu que Mateus havia morrido no acidente, assim como outras duas pessoas. Sete ficaram feridas e ela ainda prestou atendimento aos sobreviventes.
— Foi um susto, porque em momento algum me falaram que era naquela proporção. Foi uma cena de terror. Trabalho há cerca de cinco anos na área da saúde e nunca vi algo parecido — conta Sirlene.
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Mateus, que trabalhava colhendo soja na produção da família e nos intervalos das safras como operador de máquina no Mato Grosso, fez aniversário na sexta-feira (13) e no sábado foi buscar amigas para comemorar em sua casa, mas no caminho ocorreu o acidente.
Mesmo após constatar a morte do filho, Sirlene se manteve firme para realizar os atendimentos. “Nem sei dizer como consegui fazer tudo aquilo”, conta.
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— Para quem me conhece, minha rede social fala muito dos meus filhos. Sempre brinco que eles são meu oxigênio. Foi difícil perdê-lo de maneira tão brutal e ter forças para fazer o que eu fiz. Desde que cheguei e me deparei com meu filho naquela situação, acho que Deus me carregou. O poder da fé que está mantendo a gente de pé desde então. Desde a hora que a gente levanta de manhã até deitar tudo lembra ele — diz a técnica de enfermagem.
Sirlene destaca que o irmão de Mateus, Tiago, de 19 anos, teve papel fundamental nos momentos mais difíceis:
— O pessoal tem lembrado de mim de maneira tão corajosa, mas atrás de mim tinha um guerreiro, meu outro filho, o Tiago. Ele foi a terceira pessoa a chegar ao acidente e depois organizou tudo, perícia, velório. Uma das cenas mais marcantes foi ver meu filho enterrar o irmão dele — conta.
Fonte: G1