19 de setembro, 2024

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Mãe e padrasto são os principais suspeitos da morte de menina de 3 anos em Ribeirão Preto, diz delegada

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A delegada Patrícia de Mariane Buldo, responsável pelo inquérito que investiga as circunstâncias da morte da menina Sophia da Silva Fernandes, de 3 anos, em Ribeirão Preto (SP), descartou nesta quinta-feira (19) que a criança sofreu uma queda acidental, como alegam a mãe e o padrasto, e ainda apontou o casal como principal suspeito do homicídio.

“O que nós temos no inquérito policial é que essa criança sofreu um homicídio, morreu em razão de morte violenta dentro da casa onde ela residia. Quem residia na casa, quem adulto que poderia ter praticado isso? O padrasto e a mãe”, disse.

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Procurada, a defesa de Letícia Nunes da Silva e de Luiz Guilherme Braga Barboza disse que não há provas de que Sophia morreu por agressão e que isso vai ser esclarecido no decorrer do processo.

Sophia morreu no início de agosto após passar nove dias internada na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas (HC-UE). Os médicos acionaram a polícia após suspeitarem de um episódio de violência em razão das graves lesões cerebrais apresentadas pela menina.

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A mãe e o padrasto afirmaram que Sophia foi encontrada caída no banheiro do apartamento, quando foi deixada sozinha tomando banho.

No entanto, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a menina sofreu um forte impacto na cabeça e por meio cruel que resultou em um traumatismo cranioencefálico.

Sophia da Silva Fernandes morreu após dar entrada em Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, SP — Foto: Arquivo pessoal
Sophia da Silva Fernandes morreu após dar entrada em Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, SP (Foto: Arquivo pessoal)

De acordo com a delegada, todos os indícios levantados pela investigação até o momento apontam para o envolvimento de Letícia e de Luis Guilherme no crime.

“É um apartamento pequeno. A agressão deve ter causado ruído, os dois estavam juntos e os dois mantêm a versão de acidente doméstico. Acredito eu que um inocente diria a verdade. Sendo assim, ambos mantêm uma versão totalmente descartada pela perícia, entende-se que os dois participaram do crime em conluio ou um protegeu o outro de alguma forma”, afirmou Patrícia.

Síndrome do bebê sacudido

Ainda segundo a delegada, o laudo apontou lesões no fundo dos olhos de Sophia, sinais que correspondem ao shaken baby ou síndrome do bebê sacudido.

“Normalmente os pais que fazem isso seguram pelo braço e a cabeça da criança chacoalha. Como o cérebro ainda não está maduro, ela sofre diversas lesões, inclusive essa lesão no fundo do olho. Essa criança tinha essas lesões, o que nos leva a crer sem sombra de dúvida que ela foi vítima de maus-tratos.”

Patrícia também afirmou que a mãe de Sophia apresentou comportamento frio ao comparecer à delegacia para prestar esclarecimentos.

“Chamou a atenção de todos aqui na delegacia [o comportamento], sem nenhuma emoção com relação à morte da filha. Claro que cada um tem sua forma de reagir, mas não vou negar que nos chamou atenção.”

O inquérito policial está em fase de produção de provas. A delegada disse que avalia a possibilidade de pedir a prisão do casal.

Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, SP (Foto: Cedoc/EPTV)

O que disse o casal

Sophia foi levada pela mãe e pelo padrasto à UPA no dia 1º de agosto. Letícia, de 20 anos, disse que colocou a menina para tomar banho por volta das 7h e que foi à cozinha preparar um café. A porta do banheiro ficou aberta.

Alguns instantes depois, Luis Guilherme viu a menina caída no chão.

Segundo a mãe, a filha estava com a cabeça encostada do lado direito e sentada de frente para a porta.

O casal contou que pediu um carro de aplicativo e seguiu para a UPA. Eles não chamaram uma ambulância porque pensaram que o socorro poderia demorar. Segundo o casal, a menina ainda respirava normalmente, não falava, mas dava sinais de que queria vomitar.

Aos médicos, Letícia alegou que Sophia sofreu uma queda enquanto estava sozinha no banheiro. A mulher disse que a menina não tinha o hábito de permanecer só durante o banho.

Sophia da Silva Fernandes, de 3 anos, morreu no HC-UE em Ribeirão Preto, SP, após 9 dias de internação (Foto: Arquivo pessoal)

A criança foi transferida em estado grave para a Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas (HC-UE), onde a polícia foi acionada. Segundo o boletim de ocorrência, ela tinha um “quadro agudo grave de rebaixamento de nível de consciência e descerebração. Não havia histórico de trauma importante ou sinais infecciosos e de uso de substâncias”.

Sophia foi submetida a uma cirurgia de emergência para aliviar a pressão do cérebro por causa de um grande hematoma intracraniano. No entanto, foi necessária uma amputação do encéfalo.

O diagnóstico médico foi de hemorragia subdural aguda devido a traumatismo, que é quando há acúmulo de sangue entre o crânio e o cérebro causado por um impacto na cabeça. Uma análise oftalmológica também apontou que Sophia tinha hemorragia na retina dos dois olhos, sugestivas de trauma de grande energia.

A menina teve a morte encefálica confirmada no dia 9 de agosto.

Fonte: G1

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