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Susane Paula Muratoni Geremia, de 64 anos, e Bruna Muratori Geremia, de 31, falaram exclusivamente com o DIA, após repercussão de que elas estariam morando com cinco malas, há três meses, no McDonald’s do Leblon, na Zona Sul do Rio. As duas chamaram a atenção ao longo desta quinta-feira (25).
Mesmo que relutantes em falar sobre o caso, por não gostarem da exposição, elas concederam uma entrevista ao DIA. Bruna negou que estavam há três meses no estabelecimento, segundo ela, seria no máximo um mês. No entanto, moradores da região afirmam que as duas estão no local desde o Carnaval.
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O ambiente estava cheio, com diversas pessoas curiosas com a situação, uma vez que Bruna e Susane aparentam ter boas condições financeiras, o que não justificaria a situação de vulnerabilidade.
A filha disse acreditar que a curiosidade é por inveja. “Eu acho que o que gerou curiosidade foi a inveja. Se fosse uma pessoa de pele morena, se fosse uma pessoa de pouca roupa, com pouca mala, não teria despertado curiosidade. Se eu não fosse loira e atraente não teria despertado curiosidade”, disse.
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Ainda segundo ela, o fato de estarem no bairro do Leblon, também desperta a atenção. “O Leblon é um bairro de fofoqueiro. Em Copacabana tem diversos turistas, as pessoas sentam na rua, de vários níveis sociais, indiferentemente se a pessoa mora em uma comunidade ou num apartamento, e não acontece isso”, disse.
Questionada sobre o motivo de estarem morando no McDonald’s, elas não quiseram responder. “A situação é que eu não devo satisfação. Não estou aqui desde o Carnaval. Eu trabalhei depois. Eu conseguiria esclarecer, mas não quero. Quem continuar com essas histórias que são incabíveis, quem continuar investigando a vida alheia, vai ter processo criminal e danos na área cível”, afirmou Bruna.
A jovem também negou rumores de que havia sido despejada de um apartamento. “Eu fiz um acordo com o proprietário. As pessoas não me conhecem. Eu acho que as pessoas têm que parar de ficar fuçando. Quando mais ficam fuçando, terá processo contra elas. Se as pessoas ainda estão indagando se aconteceu alguma coisa, é um monte de gente burra. É óbvio que aconteceu alguma coisa”, relatou.
Consta que em 2017 as duas foram condenadas pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul pelo não pagamento de quatro meses de aluguel, entre agosto e novembro. A dívida soma quase R$ 10 mil.
No Rio de Janeiro, os primeiros registros são de 2019. Há ao menos três dívidas nos nomes das duas. Em uma delas, a Justiça condenou ambas e determinou o despejo, por acumularem déficit de R$ 13 mil. Em outro, a avaliação do juiz foi de que se tratava de um caso hipossuficiência, ou seja, elas não tinham condições financeiras de arcar com as dívidas.
De acordo com Bruna, os processos ocorridos em 2017 no Rio Grande do Sul e 2019 no Rio de Janeiro já foram resolvidos.
A jovem disse não compreender a repercussão do caso. “As pessoas criaram um problema para mim e para minha mãe. Estávamos resolvendo uma situação. Estamos procurando um lugar para ficar. É comum essa situação. Não tem apartamento. Ou colocam o preço lá em cima por causa do turismo, está difícil demais. As pessoas querem lucrar”. Bruna e Susane esperam conseguir um local para morar para que consigam retomar a vida normalmente.
As duas afirmaram ainda que na Europa e Estados Unidos a situação é comum de acontecer. “Achei surreal essa história toda. Não permito invasão na minha vida, de ninguém. Sou furiosa com essas coisas”, disse Bruna.
Amor de mãe
Susane confessou que pela filha Bruna faria de tudo. “A minha filha é a pessoa mais importante da minha vida. Se eu estiver numa mansão, estou com ela. E se estiver no meio da rua, fico feliz da vida, porque também estou com ela. Se os outros acham anormal, problema deles. Eles não têm família com pensamento moderno. Eu acho as pessoas desse Leblon atrasadas”, disse.
“Eu sempre quis ter a Bruna, mesmo antes de viajar por causa do surfe. Sempre planejei que, no dia que tivesse oportunidade, eu ia engravidar. As minhas escolhas, eu e meu marido, somos tão cabeças abertas”, comentou. De acordo com as duas, o pai de Bruna é quem envia dinheiro para que elas consigam se manter por esse tempo. Ele mora fora do país.
Fonte: O DIA