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Giannini de Azevedo Sodré e Keithianni Kelly de Azevedo Souza dividem muito mais do que os sobrenomes e os laços de mãe e filha. As duas seguiram a mesma carreira de policial militar e viveram situações marcantes envolvendo salvamento de bebês.
A sargento Giannini, de 48 anos, está há 21 na Polícia Militar. Em todos esses anos, o caso que mais marcou sua carreira foi o de um abandono de incapaz. “Uma mãe deixou três filhos trancados e sem comida por dias. Quando entrei na casa, o cenário era chocante: havia um bebê de meses e mais duas crianças, de dois e quatro anos. O mais velho tentava acalmar os mais novos. O bebê, além de fome e desidratação, tinha lesões de queimadura por todo o corpo”, lembra.
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Mesmo com todo o preparo que o policial tem, ela diz, foi impossível não se emocionar com aquela cena. “Ainda mais pra mim, que sou mãe e avó”, ressalta.
Ela levou as crianças ao pronto-socorro e comprou leite para o bebê e comida para os mais velhos. E a ajuda ainda foi além, com a compra de fraldas, lenços umedecidos e roupas.
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Para Giannini, ver a filha seguir seus passos na polícia é motivo de muita alegria. “Tenho um orgulho imensurável, ela é ótima no que faz. Uma policial exemplar, dedicada e disciplinada. Não me preocupo em ela ser policial! Ao contrário, acredito que está até mais segura, visto que foi treinada para reconhecer o perigo e agir com segurança. Nossa instituição promove um Curso de Formação com uma grade curricular excepcional, forjando não só o profissional, mas também a pessoa.”
Keithianni, de 30 anos, lembra que, assim como a mãe, também teve a experiência marcante de salvar uma vida, quando se deparou com uma ocorrência de bebê engasgado com chocolate dado pelo irmão de dois anos.
“Sempre pensei sobre como seria viver uma situação desta, justamente por ser mãe. Meu parceiro e eu iniciamos a manobra Heimlich, mas o bebê não respondia. Embarcamos na viatura e fomos para o hospital mais próximo. Fui com o bebê no banco de trás, ainda insistindo na manobra e, pelo instinto de mãe, suguei com a boca o nariz dele. Só pensava que tinha que salvar o bebê, de um jeito ou de outro. No hospital o bebê foi avaliado e nos informaram que tínhamos conseguido desengasgá-lo e que estava bem”, comemora a cabo.
Keithianni diz que o orgulho que sentia vendo a mãe na Polícia Militar foi seu maior incentivo para ingressar na carreira. “Meu sonho é ser no mínimo metade do que ela representa”, destaca. (SSP)