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No Dia de Santa Rita de Cássia, comemorado na quarta-feira (22), a advogada Adriana Bueno, de 40 anos, e o marido dela, Thiago Martins, de 39 anos, celebraram a vida da filha, Ana Laura, de 1 ano, no santuário católico dedicado à freira em Cássia (MG).
Após enfrentar diversas dificuldades, o casal, de Franca (SP), atribui a chegada da menina à intercessora das causas impossíveis, por isso a homenagearam vestindo Ana Laura como a freira italiana.
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“Nós fomos muito abençoados com a vinda da Ana Laura e acreditamos que a intercessão de Santa Rita tenha nos auxiliado muito”, diz Adriana.
Em 2016, a advogada precisou passar por um tratamento de câncer de mama e depois, enfrentou as estatísticas para engravidar de um único embrião através da fertilização in vitro.
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“Meu medo era que se não desse certo, não teríamos outra chance porque meus ovários não funcionavam mais”, diz.
Sonho de ser mãe e diagnóstico de câncer
Adriana e o marido se conheceram quando ambos estavam terminando a faculdade de direito, em 2009. Juntos desde então, sempre sonharam em ter filhos, mas o desejo era adiado por objetivos profissionais.
Foi no final de 2016, durante exames de rotina, que a médica de Adriana descobriu um nódulo na mama e a encaminhou para outra especialista realizar uma punção. O resultado foi um câncer de mama triplo negativo.
“Inicialmente, eu não acreditava que poderia ser câncer. Até o dia que pegamos o resultado da punção, eu achava que seria apenas mais um nódulo benigno. Mas quando recebi o diagnóstico, foi inevitável o medo de morrer, medo de deixar as pessoas que eu amo”, relata Adriana.
O tratamento foi composto por 16 sessões de quimioterapia e duas cirurgias. Além disso, surgiu a possibilidade de ter dificuldades para engravidar no futuro.
“Antes de iniciar a quimioterapia, os médicos nos orientaram sobre o risco de a quimioterapia danificar os ovários e orientaram que fizéssemos um procedimento pra congelar os óvulos. E assim fizemos”, diz.
Depois de sete meses de tratamento, Adriana estava livre da doença, e o casal esperou durante alguns anos para tentar engravidar de forma natural.
Para tornar o sonho realidade, entre 2021 e 2022, a advogada passou por ciclos de indução de ovulação, mas não obteve sucesso.
“A quimioterapia, ao mesmo tempo que me curou do câncer, e somos muito gratos aos médicos por isso, fez com que meus ovários não funcionassem mais. Dessa forma, a única esperança que tínhamos era partir para a fertilização dos óvulos que havíamos congelado”, diz.
Chance única
Antes de iniciar a quimioterapia, aos 32 anos, Adriana conseguiu coletar apenas quatro óvulos como um plano de reserva. Quando entendeu que não poderia engravidar de forma natural, junto com o marido decidiu pela fertilização in vitro.
Mas, dos quatro óvulos, apenas dois tinham condições de serem inseminados por espermatozoide em laboratório. E desses dois, um único embrião foi formado. Assim, o casal viu uma chance única de engravidar e ainda foi confrontado com as baixas probabilidades de conseguir realizar o sonho da gestação.
“Fiquei bastante tempo com esperança de que pudesse voltar a minha menstruação e eu pudesse ovular pra engravidar naturalmente, mas não aconteceu. Então encaramos o medo de implantar o único embrião que tínhamos”, relata.
Em abril de 2022, começaram os preparativos para a implantação do único embrião. Adriana foi orientada a fazer um exame de sangue para saber se estava grávida ou não dez dias após o tratamento, mas acabou fazendo um teste de urina antes por conta da ansiedade.
“Minhas pernas e mãos tremiam absurdamente. Quando deu positivo, meu marido estava tomando banho. Eu quase morri de tanta emoção e esperei ele sair do banho e entreguei uma caixinha com a surpresa pra ele, que não acreditou, porque ainda não era o dia de fazer o exame. Mas quando viu que era real, também destampou a chorar”, relembra.
Aos 38 anos, a advogada teve uma gravidez tranquila, mas, no final, houve um aumento de pressão arterial que causou uma pré-eclâmpsia.
Em 2 de maio de 2023, com 37 semanas, Adriana passou por uma cesariana, e Ana Laura nasceu em Franca.
Por causa da complicação no final da gravidez, a filha teve uma distensão abdominal e uma queda de glicemia. Os médicos suspeitaram de uma infecção e, por isso, ela precisou passar dez dias internada na UTI Neonatal, fazendo uso de antibióticos e sendo alimentada por sonda.
Já a mãe ficou na UTI por pouco mais de dois dias para transfusão sanguínea e reposição de glicose e sódio.
Devoção a Santa Rita e comemoração de um ano
Um ano após o parto e após receberem alta da UTI, a família, acompanhada das avós materna e paterna, celebrou a vida da filha indo até o Santuário Santa Rita de Cássia, em Cássia, no dia dedicado à freira, 22 de maio.
“Nós temos muita fé e muita devoção por Santa Rita. Acreditamos que foi pela intercessão de Santa Rita que a Ana Laura venceu todos os obstáculos que pareciam intransponíveis para estar aqui hoje”, diz.
Nesse dia especial, a menina foi vestida como Rita de Cássia se vestia no convento agostiniano onde viveu por 40 anos no século 15. O presente foi dado por uma amiga que costurou à mão o traje de freira. A ideia surgiu após Adriana ver no santuário uma homenagem parecida.
“Uma vez eu vi lá no Santuário uma menininha vestida de Santa Rita no dia de Santa Rita. Aquela menininha encheu meu coração de alegria naquele dia e veio então a ideia de que se tivéssemos uma menina, também prestaríamos essa homenagem à Santa Rita no primeiro aninho de vida dela”, diz Adriana.
Fonte: G1