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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, advertiu nesta quinta-feira que se prepara para impedir, “por bem, ou por mal”, que a oposição tome o poder, no momento em que o Parlamento de maioria opositora busca adotar um mecanismo para encurtar seu mandato.
Em um ato multitudinário na frente do Palácio presidencial de Miraflores em Caracas, Maduro disse que, depois de ganhar o controle da Assembleia em dezembro passado por ampla margem, os dirigentes da oposição “ameaçam que vêm pra cá (sede da Presidência)”.
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“O povo vai permitir que a oligarquia, que ganhou a Assembleia Nacional pela confusão de um setor do nosso povo, tome o poder político em Miraflores?”, questionou-se o presidente socialista na concentração que lembrou o fracassado golpe de Estado comandado por Hugo Chávez em 4 de fevereiro de 1992.
“Estamos nos preparando para isto, para não permiti-lo nem por uma via, nem pela outra, nem por bem, nem por mal”, afirmou o governante diante de milhares de simpatizantes vestidos com peças vermelhas, a cor característica do chavismo.
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De um palanque montado ao lado do palácio presidencial, Maduro acrescentou que “o povo não deve permitir que a oligarquia atrapalhe este belo caminho de revolução”.
O chefe de Estado proferiu seu discurso ao lado do número dois do governo, Diosdado Cabello, que compareceu ao ato vestindo traje camuflado e boina vermelha para lembrar da tentativa de golpe da qual participou ao lado de Chávez (1999-2013), que na época era um tenente-coronel do Exército.
O alerta de Maduro ocorre em um momento em que líderes opositores, como o governador Henrique Capriles, pedem para acelerar a definição de uma via legal para antecipar para antecipar a saída de Maduro, eleito para o período 2013-2019, após a morte do fundador da chamada “revolução bolivariana”.
Na terça-feira, um dos partidos da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) entregou ao Parlamento um projeto de emenda constitucional para reduzir em dois anos o mandato do presidente e convocar eleições no fim de 2016.
O titular da Assembleia, o opositor Henry Ramos Allup, se pronunciou a favor desta alternativa na quarta-feira, indicando que um referendo revogatório seria incômodo e dando por descartada uma renúncia do chefe de Estado.
Os partidos que formam a MUD assinaram um acordo antes das eleições legislativas, em que se comprometem a acertar no mais tardar em junho próximo à emenda constitucional para a saída de Maduro.
Fonte: Yahoo!