03 de julho, 2025

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Maduro e Macri trocam acusações após suposta agressão de chanceler venezuelana na Argentina

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Os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Argentina, Mauricio Macri, trocaram acusações nesta sexta-feira (16) ao comentar o incidente com a chanceler argentina Delcy Rodríguez, que tentou comparecer a uma reunião do Mercosul em Buenos Aires sem ser convidada e diz ter sido agredida por funcionários do governo.

Nesta quarta, Rodríguez disse que foi agredida por um policial em sua chegada à chancelaria argentina e por um funcionário no interior do edifício. Rodríguez disse que se tratava de “uma vingança pessoal” de Macri, por um desencontro que houve entre os dois em dezembro de 2015 no Paraguay. Na ocasião, Macri pediu a libertação de “presos políticos” venezuelanos, ao que a chanceler venezuelana respondeu acusando-lhe de ingerência e de ter uma “dupla moral”.

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Nesta sexta, Macri disse em coletiva de imprensa que “tratar um povo” da forma como faz a Venezuela, “por meio da força” e sem deixar os cidadãos se expressarem, “é a maneira mais covarde” possível. O presidente se referiu às declarações do dirigente chavista Diosdado Cabello, que na quinta-feira disse que o embaixador da Argentina na Venezuela deveria sair do país após a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, afirmar ter sido agredida pela polícia em Buenos Aires.

Ao ser consultado por uma jornalista sobre a suposta agressão, Macri contestou ironicamente: “pensei que tinha sido (a chanceler argentina, Susana) Malcorra quem bateu”. “A verdade é que não é para levar a sério. Uma pessoa não pode se autoconvidar a um lugar para onde não foi efetivamente chamado”, afirmou.

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A chanceler venezuelana Delcy Rodriguez chega nesta quarta-feira (14) ao Palácio San Martin, em Buenos Aires (Foto: EITAN ABRAMOVICH / AFP)
A chanceler venezuelana Delcy Rodriguez chega nesta quarta-feira (14) ao Palácio San Martin, em Buenos Aires (Foto: Reprodução)

“Mas isto é uma lembrança menor em comparação ao que o povo venezuelano está sofrendo”, acrescentou Macri, que qualificou como “triste” a “pobreza, o abandono e a falta de garantias sobre os mínimos direitos humanos” que na sua opinião estão ocorrendo no país governado por Nicolás Maduro.

Maduro, por sua vez, também usou a palavra “covarde” para se referir a Macri. O venezuelano acusou o presidente argentino de ordenar uma suposta agressão contra sua chanceler.

“O covarde Macri mandou agredi-la (a chanceler) para vingar-se pela verdade que disse há um ano no Uruguai. Covarde, você é um covarde Macri, não mexa com as mulheres”, disse Maduro em uma graduação de médicos comunitários.

“Macri covarde, oligarca, ladrão e covarde”, acrescentou o líder socialista que denunciou esta semana que Delcy Rodríguez pode ter uma clavícula quebrada.

Provas

Até o momento, o governo venezuelano não mostrou provas de como a ministra das Relações Exteriores, Delcy Rodríguez, caiu no chão em uma tentativa de entrar na reunião.

Um vídeo em redes sociais mostra quando autoridades argentinas bloqueiam a passagem. A chanceler tem aparecido nos atos públicos com uma tipóia no ombro.

Em entrevista à imprensa com o braço imobilizado, a ministra venezuelana relatou que a agrediram em “termos muito extremos” quando ela se postou em frente à polícia.

“Frente aos escudos levantei as mãos e disse ‘sou a chanceler da Venezuela’ e nesse momento não me dei conta e um policial me bateu da mesma forma que no resto da minha delegação”, contou Rodríguez, acrescentando que, quando tentou depois ingressar na sala onde se encontravam reunidos os chanceleres de Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina, um funcionário a pegou pelo braço e a “sacudiu”.

Quando perguntada por sua possível lesão, a ministra venezuelana explicou que foi um médico quem decidiu imobilizá-la.

Mercosul

A Venezuela, que em 2012 aderiu oficialmente ao grupo, foi afastada no início do mês do bloco regional por supostamente não ter cumprido o Protocolo de Adesão.

José Serra posta foto no Twitter de reunião com chanceleres do Mercosul, nesta quarta-feira (14) em Buenos Aires (Foto: Reprodução/ Twitter/ José Serra)
José Serra posta foto no Twitter de reunião com chanceleres do Mercosul, nesta quarta-feira (14) em Buenos Aires (Foto: Reprodução)

A Venezuela diz que esse afastamento é ilegal, já que, segundo o governo liderado por Nicolás Maduro, o país incorporou 1.479 normas do Mercosul à sua legislação interna, o que equivale a 95% das leis que os Estados devem cumprir para aderirem ao bloco.

Após a reunião em Buenos Aires, da qual Rodríguez não participou, a ministra de Relações Exteriores argentina, Susana Malcorra, anunciou que a Argentina assumiu a presidência rotativa do Mercosul.

Fonte: G1

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