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O prazo para Luiz Inácio Lula da Silva se entregar à Polícia Federal em Curitiba terminou às 17h00, sem que o ex-presidente, condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro tenha dado sinais de quais são suas intenções.
Lula está desde a véspera na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, cercado por seus seguidores.
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A defesa de Lula apresentou nesta manhã um pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) na tentativa de bloquear a ordem de prisão, alegando que ela foi emitida sem que o TRF4, que o condenou em segunda instância, analisasse as objeções apresentadas contra o rechaço inicial dos recursos.
Mas o ministro Félix Fischer negou o pedido contra a ordem de prisão emitida na véspera pelo juiz federal Sérgio Moro, informou o STJ à AFP.
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Segundo pessoas próximas, Lula deve se expressar aos milhares de simpatizantes reunidos em frente ao sindicato, muitos deles reunidos em vigília desde a quinta-feira.
Os seguidores de Lula em São Bernardo e seus adversários em frente à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba fizeram uma contagem regressiva antes das 17h00.
Quando a hora chegou, os primeiros explodiram em gritos de “Resistência!” e “Lula livre!”, enquanto os segundos repetiam “Foragido!”.
“Lula é um símbolo muito importante da esquerda nacional. E eu sou totalmente contrário à visão de mundo deles”, disse Igor Merchert, empresário autônomo de 27 anos em Curitiba.
O delegado da Polícia Federal em Curitiba Igor Romario de Paula deixou a porta aberta a outro tipo de arranjos, admitindo que Lula pudesse se entregar em qualquer outro lugar para ser transferido dali até a capital paranaense.
“O cumprimento integral da decisão do juiz é que ele venha para cá. Então, se houver uma apresentação em outro local, a gente vai providenciar para trazer lo para cá”, declarou a jornalistas.
“Resistir até o fim”
Em frente ao sindicato em São Bernardo, a determinação predominava.
Em frente ao sindicato em São Bernardo, a determinação dominava e era incentivada de um carro de som.
“Ficaremos aqui pelo tempo que for preciso. Tem gente decidida a tudo”, disse Luciano Oliveira, de 24 anos. “O presidente não deve se entregar porque a gente se entrega quando fez algo errado e ele não é culpado”.
“Estamos aqui para resistir até o fim. Lula não será preso e voltará a ser presidente para ajudar o povo”, afirmou Renata Swiecik, caixa desempregada de 31 anos, mãe de quatro filhos.
“Se queriam o Lula em Curitiba, fica sentado esperando porque o Lula não vai se entregar”, declarou à multidão o dirigente do PT Paulo Pimenta.
“É um momento muito difícil. A gente está vivendo uma injustiça social. Lula só está passando por isso porque vem de baixo”, disse, em meio a lágrimas, Fátima Camara, funcionária pública municipal de São Paulo. “Eu não acho justo ele se entregar aos leões”, acrescentou.
Lula, de 72 anos, foi condenado por ter recebido um apartamento tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo, oferecido pela empreiteira OAS em troca de contratos com a Petrobras.
Na década de 1980, quando dirigia as grandes greves operárias contra a ditadura militar (1964-1985), Lula ficou preso por 31 dias.
Outros manifestantes se mostraram mais prudentes.
“Lula terá que resistir, mas em algum momento terá que se entregar. Os militantes vão aceitar qualquer decisão que ele tomar”, afirmou Michelle Baza, farmacêutica de 37 anos, militante do PT.
Candidato atrás das grades?
Paradoxalmente, a lei brasileira permitiria que Lula fizesse campanha da prisão, já que sua candidatura só poderia ser invalidada em agosto pela Justiça eleitoral, que impede a participação em eleições de pessoas condenadas em segunda instância, seu caso desde janeiro.
O PT poderia se ver forçado a mudar de candidato na última hora.
Neste caso, restaria ver qual é sua capacidade de transferir votos a outros candidatos da esquerda para as eleições de outubro, que se anunciam como as mais incertas desde a restauração da democracia, em 1985.
Fonte: Yahoo!