24 de outubro, 2024

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López Obrador pede que ex-chefe antidrogas julgado nos EUA exponha corrupção no México

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O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, pediu, nesta quarta-feira (22), que o ex-secretário de Segurança Pública Genaro García Luna, condenado por tráfico de drogas nos Estados Unidos, deponha sobre possíveis ligações entre o crime organizado e dois ex-presidentes.

“Há a possibilidade de García Luna depor como testemunha e eu diria, como presidente do México, para o bem do país, que espero que o faça em troca de informar se recebia ordens ou informava os ex-presidentes, tanto [Vicente] Fox quanto [Felipe] Calderón”, disse o presidente de esquerda durante sua habitual coletiva matinal.

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O czar antidrogas do governo de Calderón (2006-2012) foi considerado culpado na terça-feira em Nova York por receber subornos milionários para que o Cartel de Sinaloa enviasse toneladas de drogas para os Estados Unidos entre 2001 e 2012.

García Luna também liderou uma agência mexicana equivalente ao FBI americano durante o governo Fox (2000-2006).

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Calderón, que após a sentença negou ter feito acordo com criminosos, e Fox pertencem ao partido de oposição PAN, de direita.

López Obrador considerou que “seria muito bom” que o chamado “superpolicial” fornecesse informações que contribuam para o combate às drogas e para romper os laços entre políticos e criminosos, independentemente de uma redução de sua pena, que será anunciada em 27 de junho e pode ser a prisão perpétua.

Também pediu que se esclareça se as autoridades dos EUA sabiam das relações de García Luna com o cartel de Joaquín ‘El Chapo’ Guzmán, condenado à prisão perpétua no país.

Impacto eleitoral

García Luna, um engenheiro mecânico de 54 anos, é o ex-funcionário de mais alto escalão do governo mexicano já julgado nos Estados Unidos.

Após a decisão do júri, Calderón garantiu em uma carta que seu governo lutou contra os cartéis como nenhum outro, enquanto Fox criticou a estratégia de segurança de López Obrador, acusado por críticos de fugir da perseguição a narcotraficantes.

O México acumula cerca de 340 mil homicídios e dezenas de milhares de desaparecidos desde que Calderón iniciou em 2006 uma ofensiva antidrogas patrocinada pelos EUA com a participação dos militares mexicanos.

Tanto o PAN como os também opositores PRI e PRD, que aspiram a voltar ao poder nas eleições presidenciais de 2024, não se manifestaram sobre a culpabilidade de García Luna.

Em contraste, o partido governista Morena anunciou que pedirá ao órgão eleitoral que retire o registro do PAN, o que o impediria de participar das eleições, mas López Obrador, cuja popularidade está em torno de 60%, se afastou da ideia.

Analistas como Juan Carlos Piña, especialista em segurança, consideram que a decisão contra García Luna “fere muito as instituições” e pode atingir as aspirações da oposição de substituir a esquerda no ano que vem.

O veredicto “contribui muitíssimo para o discurso do governo porque a razão não deixa de apoiá-lo no fato de a corrupção ter escalado para níveis muito elevados”, explicou Piña, professor de direito do Instituto Tecnológico e de Estudos Superiores de Monterrey, à AFP.

Fonte: Yahoo!

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