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Os usuários da prainha onde uma família morreu afogada no Rio Tietê, na véspera de Natal, no trecho entre Mineiros do Tietê e Dois Córregos (SP), disseram que o local não tem sinalização sobre o perigo.
De acordo com os bombeiros, uma das crianças da família se distanciou do grupo e foi para uma parte mais profunda do rio, quando começou a se afogar. O restante da família tentou ajudar, mas acabou se afogando também. Ao todo cinco pessoas morreram.
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O acidente que vitimou as cinco pessoas foi registrado às margens do Rio Tietê, em um trecho conhecido como “Baixão da Serra”.
Ademar Santana, morador do local, reforça que faltam placas de sinalização no local.
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“Tem vários locais aqui de perigo, não só nesse condomínio, mas em outros também, porque isso acontece. As pessoas não sabem. Acabam, numa aventura, na emoção, entrando na água sem saber do risco que estão correndo”, diz.
“A partir do momento que tem uma placa avisando: ‘não entre aqui que é perigoso’, sabe-se que é local de zona de perigo”, completa.
De acordo com Armando Galante, presidente da Associação de Moradores do Condomínio Recanto Feliz, local onde a família estava hospedada, as vítimas foram alertadas, no dia anterior à tragédia, de que estavam em área de perigo.
Ele contou que, normalmente, os banhistas costumam ficar do lado direito da prainha, que é mais raso, mas a família estava do lado esquerdo, local mais fundo e que possui duas rampas para embarcação.
O único sobrevivente foi Manoel de Oliveira, marido da avó das crianças. Ele relatou que todos brincavam na água, quando caíram em uma espécie de “poço” dentro do Rio Tietê.
Sobre esta área mais profunda, Manoel contou que não havia nenhum aviso de perigo. Ele narrou que, após a tragédia, moradores teriam afirmado que havia uma placa dentro da água.
“Disseram que tem um aviso, mas está encoberto pela água, talvez devido à época de chuvas. Mas, se tivesse um aviso, teria de estar do lado de fora. Foi questão de segundos. Uma hora estava todo mundo junto, na outra não tinha chão para ninguém”, reclama.
Sobre a falta de sinalização na prainha, o presidente da Associação de Moradores do condomínio informou que o local do afogamento é uma área de preservação ambiental, administrada pela AES Brasil, empresa responsável por algumas hidrelétricas da região.
A AES Brasil, por sua vez, informou, por meio de uma nota, que o acidente ocorreu fora da zona de segurança da barragem operada por ela.
Já a Prefeitura de Dois Córregos lamentou o fato, se solidarizando com familiares das vítimas, mas informou que todos os serviços em áreas de condomínios são de responsabilidade da associação de proprietários de cada local.
Questionado, o Ministério Público não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem. A polícia investiga o caso.
Velório e enterro
Os corpos de Emily Camile Dias da Silva, de três anos; Nicolly Luize Dias da Silva, de nove anos; Cynthia Silva dos Santos, de 25 anos; e Denise Aparecida Dias da Silva, de 51 anos, respectivamente, mãe e avó paterna das meninas, foram resgatados ainda no sábado.
Já o corpo de Kervellin Wallace da Silva, de 29 anos, pai das meninas, foi encontrado pelos bombeiros na tarde de domingo (25).
As duas irmãs, a mãe e a avó foram veladas em uma escola municipal de Sumaré (SP), cidade natal da família, na noite de domingo. O sepultamento foi realizado na segunda-feira (26), no Cemitério da Saudade.
Como o corpo do pai foi o último a ser localizado, ele foi levado ao IML de Jaú (SP) na segunda-feira e só no período da tarde que foi liberado. O velório é previsto para a manhã desta terça-feira (27), também em Sumaré.
Testemunhas que estavam no local também confirmaram que a família brincava tranquilamente em um local seguro, quando houve uma mudança repentina no tempo e o início do afogamento coletivo.
Fonte: G1