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O laudo necroscópico emitido nesta terça-feira (22) constatou que a bebê de quatro meses morreu devido a uma pneumopatia aspirativa, que pode ocorrer em bebês que aspiram líquidos, um dia após ser liberada do Pronto-Socorro (PS) Pediátrico em Botucatu (SP). A prefeitura abriu uma sindicância na última semana para apurar o atendimento.
Segundo relato da mãe ao g1, o primeiro laudo foi emitido pelo Hospital das Clínicas (HC), que administra o PS em parceria com a prefeitura do município. O Instituto Médico Legal (IML) também deve enviar um segundo laudo.
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Ainda segundo a mãe, Jucimária Oliveira Sales, de 27 anos, o IML deve concluir a perícia nas próximas semanas e, se constatar algo diferente do que está no laudo do HC, a Polícia Civil informou à família que abrirá inquérito para apurar o caso.
Jucimária também contou ao g1 que registrou boletim de ocorrência e vai contestar os médicos sobre a mancha que apareceu no pulmão da filha, Helena Oliveira Sales, depois de um raio-X feito no dia do atendimento no PS.
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Isso porque, segundo a mãe, outra justificativa apresentada pelos médicos para liberá-la é que a mancha no pulmão da criança seria a mesma de dias anteriores, quando a menina já havia sido diagnosticada com a doença.
“Eu questionei porque foi uma morte que podia ter sido revertida, não foi uma morte súbita. No dia da morte dela, os médicos não souberam nem explicar para nós o que havia acontecido com a minha filha. A médica olhou nos meus olhos e falou que a mancha no pulmão poderia ser por conta da pneumonia que ela teve no dia 1º de março”, lamenta.
No dia 1º de março, a mãe explicou no B.O. que levou Helena ao PSI com problemas respiratórios, de onde foi levada ao HC e ficou dois dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Na ocasião, além de pneumonia, a menina foi diagnosticada com Covid-19.
Transcorridos 15 dias, a bebê apresentou falta de ar pela segunda vez e, por isso, os pais a levaram ao PSI. Mesmo após os exames feitos, os médicos a liberaram pela alta demanda de pacientes no dia, com a condição de que, se o quadro piorasse, a família retornasse ao PSI.
Um dia depois, 17 de março, os pais acionaram o Serviço de Atendimento Móvel (Samu), por volta das 10h, que levou Helena de volta ao HC. Ainda no hospital, a morte da bebê foi constatada.
Em nota enviada no dia 19 de março, o HC havia confirmado que a menina passou pelo atendimento médico, porém o PS infantil estava com alta demanda e período de espera de até cinco horas.
Porém, ainda na nota, o HC disse que avaliações preliminares sugeriam que a causa da morte não estaria relacionada com a queixa inicial relatada na consulta, nem com o atendimento prestado no PSI.
Na nova nota emitida nesta terça-feira (22), o HC explicou que está prestando toda assistência necessária e fará uma reunião com a família nesta tarde para esclarecer o laudo.
O g1 entrou em contato com a prefeitura de Botucatu para saber quanto ao andamento da sindicância aberta para apurar o atendimento, mas não obteve resposta até a publicação da reportagem.
Fonte: Tv Tem