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Mãe da criança postou foto de luto na página da rede social (Foto: Reprodução/Facebook)
A Polícia Civil informou nesta terça-feira (27) que o laudo do Instituto Médico Legal (IML) comprovou que o bebê de 10 meses, que morreu após ser encontrado com ferimentos pelo corpo em Itaporanga (SP), foi estuprado e que sofreu seguidas agressões. O pai de 30 anos já está preso e é suspeito de bater e abusar do menino. Agora com o laudo, a mãe também será indiciada suspeita de omitir as agressões contra o filho, afirma a Polícia Civil. Na época do crime, o homem afirmou que a criança caiu do berço.
Segundo o delegado Fabiano Rueda Amorim, exames clínicos feitos por médicos na época da morte apontaram que o menino havia sofrido as agressões e o abuso. Mas o laudo da perícia confirmou que a criança já tinha sido agredida outras vezes dias antes de morrer. “Por este motivo a mãe será indiciada. Porque trata-se de omissão. Ela tinha o dever de, senão proteger por conta própria a criança, chamar as autoridades policiais”, afirma.
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Ainda de acordo com o delegado, a mulher será indiciada pelo crime de homicídio qualificado. “Ao ser indiciada ela terá que dar novo depoimento aqui na delegacia. Mas ainda não sei a data”, afirma o delegado.
A polícia não divulgou se será pedida a prisão da mulher à Justiça. O prazo para conclusão do inquérito acaba no início de dezembro, quando se completa 30 dias da instauração.
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Entenda o caso
O bebê de 10 meses morreu no hospital em 8 de dezembro após ter sido encontrado com ferimentos pelo corpo causados por agressão, em Itaporanga, de acordo a Polícia Civil. O pai do menino, de 30 anos, foi preso dois dias antes, quando a criança deu entrada no hospital, suspeito de ter agredido e abusado sexualmente da vítima.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Fabiano Rueda Amorim, a agressão teria acontecido no dia 5 de dezembro, na casa da família, na Vila São Pedro. “A mãe contou que saiu de casa e deixou o filho com o marido. Quando chegou na casa, ela encontrou a criança com vários hematomas no corpo e convulsionando. Ela acionou o Samu, que encaminhou o bebê para o hospital da cidade. Lá, a equipe médica acionou o Conselho Tutelar após constatar as agressões. O Conselho foi até a unidade e, logo após, nos acionou e registrou a ocorrência na delegacia”, informou o delegado.
Devido à gravidade dos ferimentos, o bebê foi transferido para o Hospital das Clínicas da Unesp de Botucatu (SP), onde ficou internado em estado grave até morrer. “No hospital em Botucatu os médicos também constataram, além das agressões, a violência sexual na criança. Pedimos exame de corpo delito através do Instituto Médico Legal (IML)”, explicou o delegado.
Acreditava na inocência
Quatro dias depois da morte da criança, em 12 de dezembro, a mãe do bebê falou com a Polícia Civil. Segundo o delegado Fabiano Rueda Amorim, ela disse que acreditava na inocência do pai da criança. “Falou que não sabia como o menino morreu, mas que não acreditava que o marido tenha estuprado e matado a criança. Ela não confirmou a versão do pai, de que a criança caiu do berço. Disse apenas que saiu de casa e quando voltou encontrou o bebê convulsionando”, contou o delegado.
Durante depoimento, ela disse também que nunca tinha visto o pai bater no filho. “Disse que nunca viu o marido bater no bebê. A mãe deu o depoimento bastante emotiva, aparentemente ainda dopada, sob efeito de remédios”, completou o delegado.