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Uma lancha naufragou em Salvador na manhã desta quinta-feira (24) na Baía de Todos-os-Santos. Vinte e dois corpos já foram resgatados, segundo a Marinha.
De acordo com a Astramab (Associação de Transportadores Marítimos da Bahia), entidade que reúne donos de embarcações, a lancha Cavalo Marinho 1 tinha capacidade pra 162 pessoas.
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As primeiras informações da Capitania dos Portos apontam que 21 pessoas feridas foram resgatadas e outras 22 morreram no acidente. Ainda não é possível dizer quantas pessoas estavam a bordo. As previsões iniciais apontam 130 passageiros.A travessia das lanchas, que demora cerca de 40 minutos, foi suspensa.
Um dos sobreviventes do naufrágio relatou ter sido coberto pela embarcação durante o acidente, que ocorreu sob chuva forte. Matheus Ramos, 23, conta que estava sentado mais próximo ao mar e que a lancha virou por cima dele. “Fui atingido no ombro esquerdo. Quando emergi, dei de cara com uma lona e tive que rasgá-la para poder respirar.”
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O pai do rapaz, o teólogo Marival Ramos, 51, havia pego uma lancha diferente, apenas meia hora antes da que o filho embarcou. Ao saber do acidente, correu para o terminal marítimo. “É um alívio muito grande vê-lo bem.”
O naufrágio ocorreu por volta das 6h30 no momento em que a lancha deixava Mar Grande, no município de Vera Cruz, na região metropolitana de Salvador.
No horário, o público mais comum na travessia é de trabalhadores e de estudantes que passam o dia na capital baiana. A Marinha e a Capitania dos Portos estão no local do acidente para auxiliar o Corpo de Bombeiros no resgate às vítimas.
Eduardo Aguadê 65, é um dos sobreviventes. Ele conta que a chuva e os fortes ventos fizeram entrar água na embarcação. A lancha virou e eles caíram na água. A maioria conseguiu subir em botes que também caíram na água. Ele ajudou um idoso que estava segurando-se numa mochila e diz que o resgate demorou –os dois ficaram cerca de duas horas à deriva.
O mau tempo na região tem deixado o mar agitado durante toda a semana. Na quarta-feira (23), as travessias no local onde houve o acidente chegaram a ser interrompidas.
Familiares de sobreviventes e de desaparecidos aglomeram-se em frente a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Vera Cruz, na ilha de Itaparica. Um homem, abalado, aguarda informações sobre o filho que está desaparecido. Parentes no local criticam a falta de informações sobre as vítimas.
O naufrágio na Bahia ocorre quase dois dias após uma outra embarcação, desta vez, no Pará, afundar com dezenas de pessoas a bordo.
Fonte: Folha de SP