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A Justiça condenou nesta quinta-feira (3) um vizinho que atirou e matou uma menina de 4 anos, e baleou e feriu o pai da criança após discussão por causa de uma vaga na garagem do Santo André, na Grande São Paulo. Os crimes foram cometidos no dia 11 de julho de 2021.
O mecânico Bruno de Freitas Lopes, o Brunão, de 28 anos, recebeu pena de 23 anos e 8 meses de prisão em regime fechado acusado pelo homicídio de Ester de Oliveira Sigoli, de 4 anos, e da tentativa de assassinato contra o caseiro Jorge Willians de Oliveira Sigoli. Ele ainda respondia ainda a lesão corporal contra a mãe da criança, que também sobreviveu.
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A garota foi atingida por um disparo no peito, chegou a ser socorrida e levada ao hospital, mas não resistiu ao ferimento e faleceu. O pai dela foi baleado por dois tiros no braço e sobreviveu. O assassino fugiu, mas foi preso pela polícia quatro dias após os crimes. Ele estava escondido em São Vicente, no litoral paulista.
De acordo com a acusação feita pela Ministério Público (MP), Bruno havia se desentendido com Jorge e quis matá-lo, mas além do caseiro, disparou também contra duas crianças, uma delas Ester, que morreu.
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O julgamento
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VÍDEO: Menina de 4 anos é morta a tiros durante briga por vaga de garagem em SP; entenda
O julgamento de Bruno começou por volta das 10h desta quinta no Fórum de Santo André e terminou perto das 17h.
“Observo que o homicídio contra a vítima Ester foi praticada com erro na execução”, escreveu a juíza Milena Dias, que deu a sentença a partir da decisão da maioria dos jurados, que votaram pela condenação de Bruno. “Hediondo o crime contra a vida, fixo o regime fechado para início de cumprimento de pena. Denego, pois, ao réu, o direito de apelar em liberdade”.
O g1 não conseguiu localizar a defesa do réu para comentar o assunto até a última atualização desta reportagem.
Bruno foi condenado por homicídio qualificado por motivo torpe (vingança), recurso que dificultou a defesa das vítimas (surpresa), meio que causou perigo comum (tiros dados na rua em local habitado) e uso de arma proibida (com numeração raspada). Também foi condenado por tentativa de homicídio contra Jorge, e lesão corporal contra a mãe da menina, que sobreviveu.
Quatro homens e três mulheres compuseram o júri que condenou Bruno. Somente duas testemunhas de acusação indicadas pelo Ministério Público participaram do julgamento. Os advogados de Bruno não arrolaram testemunhas de defesa.
O crime
Ester Sigoli gostava de animais. Na foto acima ela aparece ao lado de um galo de estimação da família — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
De acordo com a promotora Manuela Shreiber Silva e Silva, que acusa Bruno, ele e Jorge já haviam se desentendido antes do crime. Desde 2018 os dois discutiam por causa da vaga na garagem que dividiam.
Bruno chegou a acusar Jorge de tentar esfaqueá-lo em uma ocasião. Como a Justiça arquivou a denúncia de Bruno contra Jorge, ele passou a ameaçar o vizinho em busca de vingança.
Bruno já tinha passagens criminais anteriores por roubo, receptação de produto de origem ilícita e violência doméstica.
Segundo a Promotoria, o pai e a filha chegavam de carro em casa, na Vila Regina, com mais três crianças, quando Bruno se aproximou e atirou várias vezes. Os tiros atingiram Jorge e Ester. Ele sobreviveu, mas a menina morreu.
“Crime gravíssimo, vitimou uma criança de apenas 4 anos, presenciado por outras três crianças pequenas. O Conselho de Jurados mais uma vez decidiu com convicção e justiça ao responsabilizar o réu”, disse a promotora Manuela ao g1.
De acordo com a Polícia Civil, que investigou o caso, mesmo não tendo a intenção de matar a criança, Bruno assumiu o risco ao dar vários tiros na tentativa de assassinar Jorge. Ester tinha várias paixões como crianças. Uma delas era um galo de estimação da família, com o qual gostava de tirar fotos.
Fonte: G1