18 abril, 2024

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Júri condena três homens por crimes de ódio por assassinato de corredor negro nos EUA

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Três homens brancos declarados culpados pelo assassinato de um corredor negro no estado americano da Geórgia há dois anos foram condenados nesta terça-feira também por crimes de ódio, segundo a imprensa local.

Travis McMichael, seu pai, Gregory McMichael, e seu vizinho William Bryan foram condenados por terem violado os direitos civis de Ahmaud Arbery, 25. Eles cumprem pena de prisão perpétua pelo assassinato, após terem sido condenados em novembro, em um julgamento estadual, pela morte violenta da vítima, ocorrida em fevereiro de 2020.

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Durante o julgamento por crimes de ódio, os promotores federais relataram que os assassinos gritaram insultos racistas, assim como um histórico de racismo dos condenados.

Marcus Arbery e Wanda Cooper-Jones, pais da vítima, comemoraram o veredito. “Conseguimos justiça para Ahmaud”, disse Marcus. Já Wanda declarou: “Conseguimos uma vitória hoje, mas há tantas famílias que não conseguem vitórias… Eu, como mãe, nunca irei me curar” das feridas da perda, acrescentou.

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Durante entrevista coletiva em Washington, o procurador-geral Merrick Garland disse que o Departamento de Justiça “usará todos os recursos à sua disposição para confrontar atos ilegais de ódio e responsabilizar aqueles que os perpetram”.

Travis McMichael, 36, e Gregory McMichael, 66, cumprem penas de prisão perpétua sem liberdade condicional. Já William Bryan, 52, cumpre prisão perpétua com possibilidade de liberdade condicional, por ter tido um papel menos direto no assassinato e cooperado com os investigadores.

Crime premeditado

O advogado Ben Crump, que representou a família Arbery, disse que o jovem foi “linchado por correr sendo negro. Acho que esta é a primeira vez na história do estado da Geórgia em que houve uma condenação por um crime federal de ódio”, observou.

Os McMichaels e Bryan perseguiram Arbery em suas caminhonetes em 23 de fevereiro de 2020 enquanto o jovem corria pela vizinhança, perto da cidade costeira de Brunswick.

Travis McMichael enfrentou Arbery quando passou pela sua caminhonete, atirou nele e o matou.

Durante mais de dois meses, a polícia não prendeu ninguém. Foi necessário divulgar um vídeo do crime, muito compartilhado na internet, para que se iniciasse a investigação.

Arbery se tornou, então, símbolo do movimento “Black Lives Matter” (Vidas Negras Importam) durante as manifestações antirracismo e contra a violência policial de meados de 2020.

Os McMichael chegaram a acordos de culpabilidade no mês passado pelas acusações de crimes de ódio, mas um juiz rejeitou os acordos depois que os familiares de Arbery se opuseram energicamente a eles.

Os promotores no julgamento estadual não se ativeram aos aspectos raciais do assassinato ao apresentarem seu caso contra os três réus. Mas os advogados do Departamento de Justiça no julgamento federal os tornaram o foco de seus argumentos.

O promotor Bobbi Bernstein concluiu que, se Arbery fosse branco, teria ido correr e “teria chegado em casa para o jantar de domingo”. “Fizeram suposições sobre Ahmaud por causa da cor de sua pele. Isso não teria acontecido se ele fosse branco”, enfatizou.

Fonte: Yahoo!

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