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A junta militar que tomou o poder no Níger em um golpe de Estado no mês passado disse que processará o presidente deposto Mohamed Bazoum por alta traição devido a suas relações com chefes de Estado estrangeiros e organizações internacionais.
Os líderes do golpe prenderam Bazoum e dissolveram o governo eleito, atraindo a condenação das potências globais e dos países vizinhos da África Ocidental, que ativaram uma força militar de prontidão que pode intervir para restabelecer Bazoum.
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O que está em jogo não é apenas o destino do Níger – um grande produtor de urânio e aliado do Ocidente na luta contra a insurgência islâmica -, mas também a influência de potências globais rivais com interesses estratégicos na região.
O porta-voz da junta, coronel Amadou Abdramane, disse em comunicado lido na TV estatal na noite de domingo que as autoridades militares “reuniram as evidências necessárias para processar o presidente deposto… por alta traição e minar a segurança interna e externa do Níger”.
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Abdramane também disse que houve uma campanha de desinformação contra a junta para tentar “inviabilizar qualquer solução negociada para a crise a fim de justificar a intervenção militar… em nome da Cedeao (Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental)”.
A União Africana, a União Europeia, os Estados Unidos e a Organização das Nações Unidas (ONU) disseram estar preocupados com as condições em que Bazoum está sendo mantido.
O partido político de Bazoum disse que sua família não tem acesso a água corrente, alimentos frescos ou médicos, e o presidente deposto afirmou à Human Rights Watch que seu filho precisava consultar um médico por causa de um problema cardíaco grave.
Mas a junta disse no domingo que Bazoum estava vendo seu médico regularmente e que a última visita foi em 12 de agosto.
“Após esta visita, o médico não levantou preocupações sobre o estado de saúde do presidente deposto e membros de sua família”, declarou Abdramane.
Espera-se que o principal bloco regional da África Ocidental, a Cedeao, pressione nesta segunda-feira por mais conversas com a junta, que sinalizou uma potencial disposição de encontrar uma resolução diplomática para o impasse sobre o golpe de 26 de julho.
Fonte: Agências