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Maraísa Proença Moral tem 30 anos, é atleta e modelo. A jovem de Anhembi, região de Botucatu, teve a perna esquerda amputada com apenas 1 ano de idade decorrente de uma má formação congênita. Determinação é o que pode se denominar essa jovem que ainda pretende chegar aos Jogos Paralímpicos. Confira a entrevista:
1. Por que sua perna foi amputada?
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Eu nasci com má formação congênita na perna esquerda, não tinha a tíbia nem a rótula do joelho e por isso foi necessária a amputação para eu poder usar uma prótese e andar. Eu fiz a amputação com 1 ano e meio para dois anos, então não lembro de quase nada, mas meus pais contam que eu mesmo bebê não queria que tirassem minha perninha.
2. Como foi sua adaptação após a amputação?
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Tive uma infância maravilhosa, me adaptei muito bem a prótese e meus pais souberam me educar quanto a isso, pois nunca me senti diferente das demais crianças e fazia tudo que tinha vontade. A família é tudo, e mesmo enfrentando tantas dificuldades, na época, eles conseguiram me dar todo o apoio necessário.
3. Você já passou por algum tipo de preconceito?
Nunca senti preconceito por ninguém, quando a gente se aceita como é as outras pessoas também nos veem da mesma forma. Na fase pré-escolar algumas crianças falavam que eu tinha perna de boneca (mas parecia mesmo porque era dura e sem joelho kkkk), mas era só coisa de criança, não vejo como preconceito.
4. Como o esporte se tornou algo profissional na sua vida?
Eu comecei a praticar musculação para não ficar sedentária e pela estética obtive resultados e queria sempre mais. Em fevereiro de 2014 meu professor Alberto Carlos me convidou para assistir um campeonato de supino e levantamento terra na cidade de Rio Claro (SP) e aí me apaixonei pelo esporte, senti aquela adrenalina que me fez querer competir mais. Meu primeiro campeonato foi um mês depois e aí participei de vários outros campeonatos de Powerlifting e até um Mundial na Argentina onde não tinha categoria especial (para deficientes), por causa disso competi com pessoas “normais” e fazer agachamento sem a prótese para poder validar meu movimento. Até então eu só tinha participado de campeonatos convencionais onde sempre fui a única deficiente, até que minha amiga Josélia falou de mim para o técnico da equipe paralímpica de Itu(SP) e aí ele me chamou para conhecer o Centro de Treinamento. Logo comecei a treinar com ele e participei da minha primeira competição paralímpica no Circuito Loterias Caixa, e aí a paixão aumentou ainda mais e ganhou novos sonhos. Hoje faço parte da equipe paralimpica de Itu a AESA onde treino com o Valdecir Lopes, técnico da seleção brasileira de Halterofilismo Paralimpico.
5. Em razão disso, você sonha em fazer parte dos Jogos Paralímpicos, não é?
É o sonho de todo atleta, mas é preciso atingir todos os critérios exigidos pelo Comitê e pelo pouco tempo que tenho no esporte ainda não me enquadro em algumas exigências. Estarei na torcida pelos meus amigos e treinando muito para as próximas Paralimpíadas.
6. Além do esporte, a vida de modelo surgiu repentinamente na sua vida…
Fui convidada para fazer parte do casting da Kica de Castro, onde fiz o book e depois comecei a participar de desfile de moda inclusiva. Hoje faço fotos como ring girl através e também estou no calendário da Conforpés da Campanha Movimento Mais Bonito, onde eu e mais 10 meninas todas pacientes fomos convidadas para fazer parte da campanha. A cada mês tem a foto de uma modelo e no final do ano todas juntas. É um trabalho lindo!
7. Você é casada?
Ainda não nos casamos oficialmente, mas eu e o Fábio estamos juntos há 15 anos. Ele é mais do que especial para mim, é meu companheiro, meu amigo, meu primeiro amor e me apoia e está junto comigo em todos os momentos. Meu anjo sem asas rsrs.
8. O que você deseja para o futuro?
Muita saúde, força, terminar de construir nossa casa e que tudo aconteça conforme a vontade de Deus.
9. Qual é sua lição de vida?
Minha lição de vida é que Deus nunca nos tira algo, ele apenas substitui por coisas muito maiores e melhores.
Fonte: Vivo Mais Saudável