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Zípora é uma jovem menina de família simples que saiu da Paraíba e foi para o interior de São Paulo buscar tratamento de saúde para a irmã mais nova.
Em São José do Rio Preto (SP), ela trabalhou no Poupatempo e limpou salas de um cursinho para ganhar bolsa de estudos até conseguir realizar o sonho: passar em uma universidade pública.
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“Ele sempre lutou, batalhou, inclusive no cursinho que ela estudou agora limpava o cursinho, as salas de aula, porque a gente não tinha condições de pagar”, afirma a mãe Gerusa Emídio.
Zípora conseguiu passar no curso de enfermagem na USP, em Ribeirão Preto (SP), e na Famerp, a Faculdade de Medicina e Enfermagem de Rio Preto. A menina, que conseguiu o primeiro emprego aos 16 anos como menor aprendiz, sempre pensou em voos mais altos.
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“Saber que tudo que eu passei valeu a pena, tudo no final teve uma vitória. Saber que teve pessoas que estavam ao meu lado me ajudando, porque não foi fácil. Esse é só o início da caminhada, virão outras dificuldades, mas eu vou conseguir vencer”, diz.
Zípora se mudou para Rio Preto há três anos com a família em busca de tratamento para a irmã dela, Zíbia Héllem, portadora da Síndrome de Crouzon, uma doença rara que causa deformidades cranianas e faciais com várias consequências para a saúde.
A garota estudava pela manhã e trabalhava no Poupatempo da cidade a tarde. USP e Famerp não foram as únicas universidades que ela já passou. No ano passado, ela foi aprovada no mesmo curso na Unesp de Botucatu, mas sem dinheiro, não conseguiu ir.
Mas agora a história foi diferente. O apoio que ela teve não foi apenas da família, mas sim dos amigos no trabalho.
“Ela falou que tinha passado novamente numa universidade pública e estava sem condições de ir para Ribeirão. Ela precisava de dinheiro até conseguir uma moradia fixa. A ideia surgiu nesse momento, resolvemos fazer essa rifa e ajudar”, diz a coordenadora do Poupatempo Fernanda Abreu.
O dinheiro arrecadado com a rifa vai ajudar Zípora a se manter por pelo menos três meses em Ribeirão Preto, cidade onde vai estudar.
Na quinta-feira (21) foi a despedida no último dia de trabalho. O clima não foi de tristeza. “Me apoiaram desde o início, sempre que eu queria desistir eles falaram para não desistir, é uma segunda família para mim”, diz.
Estudar numa universidade pública e se tornar médica sempre foi o sonho dela. Embora ela tenha passado na faculdade de enfermagem, ela tem a intenção de tentar uma transferência para o curso de medicina. Para isso ela tem que passar numa avaliação interna. Para ela, nada parece impossível.
“Estou muito ansiosa. Se você tem um sonho, se é isso que você quer para sua vida, você tem que lutar por ele, porque nada vem fácil, tudo tem um caminho a ser seguido, a vida é cheia de degraus e muitas vezes não é fácil da gente subir, às vezes a gente tem até que escalar”, diz.
Fonte: G1