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O jovem de 17 anos havia recém-chegado ao estágio de verão na Nasa (agência espacial americana), mas em seu terceiro dia de estágio descobriu um planeta com dois sóis.
Ainda faltava um ano para Wolf Cukier terminar o ensino médio em Nova York, mas ainda assim conseguiu fazer parte de um grupo de voluntários que passaria um período na agência espacial.
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Seu ingresso na Nasa não foi pouco, mas não se compara ao que aconteceu em seguida: no terceiro dia de treinamento, ele fazia parte da equipe que descobriu um planeta a 1.300 anos-luz da Terra.
O achado
Cukier iniciou um estágio no Goddard Space Flight Center, instituto de pesquisa da NASA em Greenbelt, no Estado de Maryland (no leste dos Estados Unidos).
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Seu trabalho era examinar os dados do TESS, satélite conhecido como Satélite de Pesquisa de Exoplaneta em Transição ou, mais informalmente, “caçador de planetas”.
A peculiaridade do projeto TESS é que ele convida pessoas sem treinamento aprofundado na área a serem voluntárias para assistir à transmissão on-line de padrões no brilho das estrelas que podem sugerir a existência de um novo planeta.
A descoberta da qual Cukier participou aconteceu no meio do ano passado, mas só veio à público há poucos dias depois de ter passado por checagem.
A checagem foi feita a partir de um programa batizado de Eleanor, em homenagem à personagem Eleanor Arroway, protagonista da obra Contato, de Carl Sagan. A ferramenta avalia se as transições são reais ou resultado de distorções ou interferências, por exemplo.
Cukier teve a missão de estudar como duas estrelas se cruzariam criando um eclipse no sistema solar TOI 1338, mas em sua observação ele notou algo na órbita de duas estrelas que bloqueavam a luz.
Segundo a NASA, após a descoberta, especialistas passaram várias semanas verificando a observação e finalmente concluíram que Cukier havia descoberto um planeta 6,9 vezes maior que a Terra.
É também o planeta do seu tipo de número 13 identificado ao longo da história.
“Eu estava procurando nos dados tudo o que os voluntários apontaram como um binário que eclipsou um sistema no qual duas estrelas giram em círculo, e do nosso ponto de vista são eclipsados a cada órbita”, disse Cukier, segundo um comunicado da NASA.
Fã de Star Wars
Um artigo escrito por Cukier e membros da equipe de pesquisadores da Nasa onde ele colaborava trouxe mais detalhes sobre a descoberta.
O TESS foi capaz de detectar o novo planeta por causa de sua capacidade de monitoramento permanente. O satélite tem quatro câmeras, que registram um pedaço do espaço a cada 30 minutos, ao longo de 27 dias.
Os cientistas usam essas informações para gerar gráficos e detectar como o brilho muda ao longo do tempo. Mas a detecção de um planeta com dois Sóis é mais difícil do que o com um.
Segundo o principal autor do artigo, o cientista Veselin Kostov, os dados analisados sobre o TOI 1338 b traziam variações e passaram batidos por algoritmos. “O olho humano é extremamente bom para encontrar padrões em dados, especialmente padrões não periódicos como as transições nesse sistema.”
“Nossas certezas vieram e se foram algumas vezes, mas ao final estávamos seguros de que havíamos encontrado um planeta”, disse Cukier à rede de TV americana ABC.
O jovem de 17 anos é fã da série Star Wars — que retrata um planeta ficcional com dois sóis (Tatooine, onde vivia Luke Skywalker) — e afirmou esperar que essa descoberta possa ser o começo de sua carreira no campo de exploração espacial.
Fonte: BBC