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O italiano Cesare Battisti foi preso na Bolívia na noite deste sábado. Quem confirmou essa informação foi o assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Filipe Martins, que informou sobre sobre o ocorrido em seu perfil nas redes sociais.
“O terrorista italiano Cesare Battisti foi preso na Bolívia esta noite e em breve será trazido para o Brasil, de onde provavelmente será levado até a Itália para que ele possa cumprir pena perpétua, de acordo com a decisão da justiça italiana.“, postou Filipe.
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O perfil oficial da polícia italiana no Twitter postou, no início da manhã deste domingo, fotos de Battisti depois de detidos pelas autoridades policiais na Bolívia.
“Equipe de policiais italianos com a polícia boliviana identificou e capturou Cesare Battisti. A atividade dos policiais antiterroristas italianos e do Serviço Internacional de Cooperação Policial é fundamental.
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O jornal italiano “Corriere della Sera” foi um dos veículos que confirmaram a prisão de Battisti.
“Uma equipe especial da Interpol, formada por investigadores italianos capturou o terrorista-assassino de 64 anos Cesare Battisti, um fugitivo desde de dezembro de 2018, após a revogação do status de residente permanente no Brasil e a ordem de extradição do presidente Michel Temer”, afirma o “Corriere della Sera”, no site do jornal.
O jornal afirma ainda que Battisti caminhava pela cidade boliviana de Santa Cruz de La Sierra, quando foi abordado por agentes da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal). Ele não teria resistido à prisão.
No fim de 2018, o ex-presidente do Brasil, Michel Temer assinou um decreto de extradição de Battisti, um dia após o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizar a prisão do italiano, que foi condenado por quatro homicídios na Itália na década de 1970.
Battisti vive no Brasil em liberdade desde 2010. Naquele ano, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou a extradição do ex-ativista no seu último dia de mandato. Após a posse de Temer como presidente da República, o governo da Itália reapresentou pedido de extradição.
O governo brasileiro chegou a montar um plano para prender e devolver Battisti a seu país de origem. Uma decisão judicial de Fux impediu, no entanto, que o italino fosse extraditado. Agora, o ministro revogou a liminar e entendeu que caberia ao presidente decidir sobre o destino de Battisti.
Battisti foi condenado à prisão perpétua em 1987 por ter participado, no fim dos anos 1970, de quatro homicídios atribuídos ao grupo italiano de esquerda “Proletários Armados pelo Comunismo”, considerado praticante de atos terroristas pelo governo da Itália. Integrante do grupo, Battisti chegou a ficar dois anos preso na Itália, mas fugiu da cadeia em 1981.
Os advogados do ativista italiano alegam que o julgamento teve motivações políticas, reclamam que não puderam fazer a defesa, já que ele foi julgado à revelia, e contestam o rigor da pena: além de ter que ficar preso para sempre, Battisti não poderia ter banho de sol.
Fonte: Extra