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O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, disse nesta sexta-feira (5) que Israel “não durará muito” e convocou “todos os muçulmanos” a lutar contra o país.
Khamenei falou pela primeira vez desde a escalada de tensões entre Israel e Irã. Ele defendeu o ataque com mísseis do Irã ao território israelense nesta semana e a invasão do Hamas ao sul de Israel há um ano, quando os terroristas mataram 1.200 pessoas, dando início à guerra em Gaza.
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O líder supremo classificou os dois ataques de “atos legítimos” e disse que “a nação palestina tem o direito de se defender”. Também chamou Hassan Nasrallah, o líder do Hezbollah morto por Israel em um ataque ao Líbano no fim de semana, de “irmão”.
“A resistência da região não vai recuar, mesmo com a morte de nossos líderes”, declarou.
Khamenei discursou durante as orações semanais do islã em Teerã. Pela primeira vez em cinco anos, ele comandou a cerimônia, em homenagem Nasrallah — a última havia sido em 2020, por conta da morte do general iraniano Qassem Soleimani, ex-comandante da tropa de elite da Guarda Revolucionária do Irã. Soleimani morreu em um ataque com drone dos Estados Unidos.
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Apesar de não ser o chefe de governo do Irã — cargo exercido pelo presidente —, Khamenei é a autoridade máxima do país. Além de chefiar as Forças Armadas, ele decide sobre questões de guerra e paz, da política externa e é uma espécie de guia espiritual.
Líder há mais tempo no poder no Oriente Médio, ele é um dos principais atores políticos da região, e, portanto, sua posição sobre o atual conflito com Israel era bastante esperada.
Escalada de conflitos no Oriente Médio
Irã e Israel, as principais potências do Oriente Médio, passaram a se enfrentar de forma direta nesta semana, depois da escalada dos conflitos na região nos últimos dias.
Os dois países vinham se enfrentando de forma indireta: há duas semanas, Israel mudou o foco de sua guerra em Gaza para o norte do país, na fronteira com o Líbano, para enfrentar o Hezbollah. O grupo extremista, assim como o Hamas, é financiado pelo Irã com o objetivo de lutar contra Israel.
Após bombardear a capital libanesa, Beirute, e de matar o líder do Hezbollah, as forças israelenses invadiram nesta semana o sul do Líbano para uma incursão por terra que resultou no primeiro combate direto entre soldados israelenses e do Hezbollah.
As ações geraram uma resposta do Irã, que na terça-feira (1º) lançou 180 mísseis sobre o território israelense.
O Líbano também acabou entrando diretamente no confilto. Na quinta-feira (3), as Forças Armadas do Líbano reagiram pela primeira vez à ofensiva israelense em seu território e dispararam contra soldados israelenses, em resposta ao ataque a um posto militar, segundo Beirute.
Desestruturado e enfraquecido após duas guerras e em meio a uma das maiores crises econômicas internas no mundo atualmente, o Exército do Líbano sofre com falta de equipamentos, fundos e contingentes. Por isso, tem poucas condições de enfrentar o Exército israelense, na avaliação de especialistas.
Já o Hezbollah, financiado pelo Irã, tem um arsenal maior que o do Exército libanês.
Enquanto isso, os bombardeios de Israel seguem e os bombardeios de Israel ao Líbano já deixaram 1.974 pessoas mortas, afirmou nesta quinta-feira (3) o Ministério da Saúde libanês. Desse total, 127 eram crianças, ainda de acordo com o ministério.
O número ultrapassou o balanço total de mortos na guerra do Líbano em 2006 — quando Israel também invadiu o país vizinho para lutar contra o Hezbollah. Em pouco mais de um mês, o conflito teve um total de 1.191 mortos, entre civis, soldados e membros do Hezbollah.
Fonte: G1