20 de novembro, 2024

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‘Irmã’ da Via Láctea foi engolida pela galáxia Andrômeda, descobrem cientistas

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A Via Láctea já teve uma “irmã” que foi engolida há 2 bilhões de anos pela galáxia mais próxima de nós, Andrômeda (foto).

A descoberta foi feita por cientistas do Departamento de Astronomia da Universidade de Michigan a partir de um detalhado estudo das estrelas que circundam Andrômeda.

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Por muitos anos, acreditou-se que essa auréola de estrelas tivesse sido formada a partir da fusão de Andrômeda com pequenas galáxias.

Mas, usando modelos e simulações de computador, os pesquisadores Richard D’Souza e Eric Bell conseguiram juntar indícios suficientes para concluir que grande parte desse rastro é o que restou de uma única galáxia massiva que foi “canibalizada”.

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A “irmã” engolida da Via Láctea foi apelidada de M32p.

Como a pesquisa surgiu

D’Souza explicou à BBC News Brasil que a descoberta foi feita quando ele e Bell comparavam as “auréolas” de galáxias distantes.

“Durante essas observações, percebemos que a o halo estelar de Andrômeda só poderia ser formado pela fusão com uma única galáxia de grande porte”, disse.”Não havia galáxias menores suficientes no universo para se chocar com Andrômeda durante o curso de vida dela e formar uma auréola daquele tamanho.”

A pesquisa, publicada nesta semana na revista científica Nature Astronomy, mostra que a M32p era, pelo menos, 20 vezes maior que qualquer galáxia que já se fundiu com a Via Láctea.

“Quando percebemos isso, ficamos em êxtase, porque essa descoberta poderia explicar vários outros mistérios associados a Andrômeda”, afirmou o pesquisador à BBC News Brasil.

Um desses mistérios é a origem da M32, uma galáxia satélite que orbita Andrômeda.

D’Souza e Bell afirmam que a compacta e densa M32 é a parte central da M32p, que teria sobrevivido à fusão com Andrômeda. Ela seria, conforme analogia feita pelos cientistas, “como o caroço de uma ameixa que sobra após a fruta ser comida”.

Estudo muda o entendimento sobre colisão de galáxias

O estudo também coloca em xeque o entendimento vigente de que colisões de “larga escala” entre galáxias destroem o formato original delas.

A pesquisa da Universidade de Michigan mostra que o disco de Andrômeda persiste, embora agora se saiba que ela se fundiu com outra galáxia de grande porte há 2 bilhões de anos.

“Esse estudo muda o entendimento sobre como as galáxias sobrevivem a colisões. Achava-se que uma fusão assim destruiria a galáxia principal, transformando-a de uma galáxia em disco para uma elíptica”, explicou D’Souza.”Agora, sabemos que Andrômeda sobreviveu à colisão, embora ainda não saibamos como. Novos estudos vão nos ajudar a compreender as razões disso.”

Via Láctea em rota de colisão

A nossa própria galáxia está em rota de colisão com Andrômeda, mas isso só deve ocorrer daqui a cerca de 4 bilhões de anos. As duas galáxias estão se aproximando devido à gravidade que exercem uma sobre a outra.

Elas estão separadas por uma distância de 2,5 milhões de anos-luz, mas estão convergindo a uma velocidade de aproximadamente 400 mil quilômetros por hora.

Como Andrômeda tem o dobro do tamanho da Via Láctea e a nossa galáxia, por sua vez, é maior que a M32p, a expectativa é que o “estrago” seja bem maior.

“Andrômeda e a nossa galáxia são comparáveis em termos de massa e tamanho a um fator 2, portanto, a colisão será bem mais enérgica”, explicou D’Souza à BBC News Brasil.

E quem deve “sair perdendo” nesse impacto é a Via Láctea.

“Achamos que a Via Láctea, por ser menor, será destroçada e, eventualmente, se tornará parte do halo estelar de Andrômeda”, disse.

“Mas, como também somos uma galáxia de grande porte, é possível que deformemos Andrômeda, fazendo com que se transforme de uma galáxia em disco para uma galáxia elíptica gigante.”

Fonte: BBC

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