18 de novembro, 2024

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Irara branca rara é flagrada por câmera de monitoramento em Jaú; veja

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Localizada a dois quilômetros da cidade de Jaú, no interior de São Paulo, a Reserva Ecológica Amadeu Botelho é um refúgio de 143 hectares de Mata Atlântica em meio a uma região rural e bem desmatada.

É por isso que, quando o biólogo e consultor ambiental Alan Tamborim, junto com a também bióloga Isabella Patelli, colocou câmeras de monitoramento no local no último mês, por conta de um estudo de fauna, esperava ver vários animais.

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De fato, as lentes, durante duas semanas, capturaram vídeos de um macaco-prego-preto, jaguatirica, cachorro-do-mato, veado-catingueiro, uma cutia, entre outras espécies. No entanto, um flagrante raro e bem especial chamou a atenção: uma irara branca.

A irara é um mamífero de tons cinza, marrom e preto, por isso o espanto do pesquisador ao ver o animal leucístico. “A gente costuma capturar vídeos de iraras, mas o que chamou a atenção é que essa foi a primeira que pegamos com a mutação genética. Pelo o que eu pesquisei, iraras brancas já foram encontradas em Santa Catarina e em Roraima, mas não por aqui”, conta.

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Flagrante

As imagens mostram o animal passando por uma área da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) no dia 26 de agosto, às 17h30.

Solitária, a irara branca caminha por cerca de 10 segundos até sair do alcance das lentes. O horário do flagrante faz sentido, já que esse mamífero possui hábitos diurnos, com picos de atividades no amanhecer e no final da tarde.

Irara branca possui mutação genética chamada leucismo (Foto: Alan Tamborim/Isabella Patelli)

“Quando voltamos para checar as câmeras e a vimos, ficamos bem felizes, pois é algo que não esperávamos. Foi muito motivador e mostra que a gente tem que levar cada vez mais a sério o estudo de fauna, aproveitar a tecnologia para preservar o meio ambiente”, ressalta o biólogo.

Raridade

Para Alan, a aparição da irara branca pode ser considerada rara, já que a mutação genética que causa essa alteração de cor não ocorre com frequência. Se trata de um caso de leucismo, uma mutação genética causada por um defeito na síntese da melanina, que provoca uma diluição da pigmentação do pelo, trazendo a cor branca, que pode se apresentar em apenas algumas partes ou no corpo inteiro do animal.

Diferente do albinismo, em casos de leucismo os olhos dos indivíduos não ficam vermelhos e também não são fotossensíveis.

Irara

Apesar de ‘irara’ em tupi significar “comedora de mel” e o mel ser sim uma possibilidade de alimentação para esse mamífero, assim como frutos, há preferência na dieta por vertebrados como macacos, aves e roedores. As iraras são ótimas caçadoras.

Irara vive em florestas tropicais e se alimenta de frutos e outros animais (Foto: Fabrício Corsi Arias)

Presente em todos os biomas do Brasil, esse animal também ocorre em outros países. Tem o corpo alongado e esguio, com patas curtas, e pesa entre três a sete quilos.

Uma curiosidade é que após pouco mais de dois meses de gestação, a fêmea da irara costuma ter gêmeos.

Levantamento de fauna

Uma das atividades dentro da consultoria ambiental é fazer estudos de fauna para encaminhar ao órgão ambiental para a construção de lotes imobiliários.

“Dentro do licenciamento ambiental, além de avaliarmos a área que vai ser diretamente afetada pela construção do projeto, também avaliamos o entorno, baseado nas bacias hidrográficas que conectam os locais. Daí fazemos os estudos também no que a gente chama de área indiretamente afetada”, esclarece o biólogo.

Foi assim que Alan chegou até a Reserva Ecológica onde flagrou a irara. Nos próximos meses, ele e toda uma equipe seguem monitorando a região para uma coleta de dados mais completos, exigida pela legislação brasileira. As informações são enviadas para a Cetesb.

“É o que a gente sempre fala, a gente não vai conseguir lutar contra a urbanização e, já que existe uma legislação muito boa no Brasil, temos que aplicar certinho para conseguir uma harmonia entre as duas coisas. Precisamos preservar as áreas de nascentes e seguir o que manda os códigos florestais”, finaliza.

Fonte: G1

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