24 abril, 2024

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Irã retoma atividades nucleares que estavam congeladas

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O Irã anunciou nesta terça-feira a retomada das atividades de enriquecimento de urânio e uma nova redução dos compromissos assumidos pelo país com a comunidade internacional a respeito de seu programa nuclear.

O país vai reiniciar o enriquecimento de urânio na central de Fordo (180 km ao sul de Teerã), inativa desde a entrada em vigor do acordo de Viena sobre o programa nuclear iraniano assinado em 2015, declarou o presidente Hassan Rohani (foto) no discurso de inauguração de uma incubadora de empresas na capital do país.

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A medida foi anunciada um dia depois do fim do prazo concedido por Teerã a seus sócios no acordo para ajudar a República Islâmica a evitar as consequências da saída dos Estados Unidos do acordo em 2018.

Com base nos termos do pacto de 2015, o Irã armazena em Fordo 1.044 centrífugas de primeira geração IR-1 inativas.

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“A partir de amanhã (quarta-feira, 6), começaremos a injetar gás (urânio em estado gasoso) em Fordo”, declarou, em referência ao procedimento utilizado para produzir urânio enriquecido em isótopo 235 a partir destas máquinas.

Esta é a “quarta etapa” do plano de redução de compromissos na área nuclear iniciado em maio, em resposta à saída do governo dos Estados Unidos do a cordo de Viena em 2018, indicou o presidente iraniano.

A porta-voz do Departamento de Estado americano, Morgan Ortagus, denunciou “uma clara tentativa de chantagem nuclear” por Teerã “que apenas aprofundará seu isolamento político e econômico”. Washington continuará a “exercer pressão máxima” sobre o regime para negociar um novo acordo, acrescentou.

O Kremlin, que “entende a preocupação de Teerã com as sanções”, divulgou que estava muito consciente sobre o “desenvolvimento da situação”.

A França, o Reino Unido e a União Europeia (UE) pediram o Irã para revogar a decisão que, segundo Paris, “é contrária ao acordo de Viena”.

“Etapa reversível”

Rohani afirmou que as atividades nucleares em Fordo continuarão sob controle da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), assim como as demais atividades nucleares iranianas.

Com o acordo de Vienna, Teerã aceitou reduzir drasticamente suas atividades nucleares – para garantir seu caráter exclusivamente civil – em troca de uma suspensão parcial das sanções internacionais que asfixiam sua economia.

A retirada dos Estados Unidos e a política de “pressão máxima” do governo do presidente Donald Trump contra Teerã – principalmente com um arsenal de sanções frequentemente prorrogadas – privam o Irã dos benefícios econômicos que esperava obter com o acordo.

A República Islâmica afirma que deseja a sobrevivência do acordo e está disposta a voltar a aplicar completamente seus compromissos, desde que as outras partes (China, França, Rússia, Reino Unido e Alemanha) respeitem os próprios compromissos, adotando medidas concretas para responder a seus pedidos.

O Irã exige especialmente a possibilidade de exportar seu petróleo, pois as sanções americanas fizeram o país perder quase todos os clientes tradicionais.

As outras partes do acordo consideram que cada redução dos compromissos iranianos dificulta ainda mais a preservação do texto, inicialmente ameaçado pela retirada americana.

“Nosso apoio (ao acordo de Viena) depende de o Irã respeitar plenamente seus compromissos”, declarou na segunda-feira a porta-voz de Federica Mogherini, chefe da diplomacia da União Europeia.

A União Europeia (UE) expressou imediatamente sua preocupação com as intenções do Irã.

“Estamos preocupados com o anúncio do presidente [Hasan] Rohani de reduzir os compromissos do Irã”, disse a porta-voz da diplomacia europeia Maja Kocijancic em entrevista coletiva.

A Rússia igualmente mencionou a palavra preocupação. “Estamos seguindo o desenvolvimento da situação com preocupação”, afirmou à imprensa o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

“Apoiamos a preservação do pacto assinado em Viena em 2015 sobre o programa nuclear”, completou.

“A quarta etapa, como as três primeiras, é reversível”, garantiu Rohani.

Resistência e diálogo

Teerã segue comprometido com “negociações nos bastidores que mantemos com alguns países para encontrar uma solução”, declarou o presidente, em referência aos esforços diplomáticos iniciados pela França para tentar desbloquear a questão.

“Mas o mundo deve saber que a grande nação do Irã é resistente: resiste e negocia ao mesmo tempo”, destacou.

“Mantemos aberta a via da negociação e nos próximos dois meses voltaremos a negociar”, completou Rohani, que espera uma solução permanente para que o Irã “venda facilmente o petróleo” e tenha acesso ao sistema financeiro internacional.

“Neste caso, voltaremos completamente à situação anterior”, resumiu.

Durante as três primeiras etapas de sua resposta à retirada americana, o Irã começou a produzir urânio enriquecido a um nível superior ao limite de 3,67% estabelecido pelo acordo, deixou de respeitar o limite de 300 quilos estabelecido pelo pacto ao armazenamento de urânio pouco enriquecido e ativou a produção de centrífugas avançadas.

Na segunda-feira, a República Islâmica anunciou que aumentou a velocidade de produção de urânio pouco enriquecido durante os últimos dois meses, com a obtenção de 5 kg por dia até agora.

Teerã se limita no momento a produzir urânio enriquecido a 4,5% no máximo, muito abaixo dos 90% necessários para o uso militar.

Fonte: Yahoo!

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