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O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) identificou irregularidades em cinco das 14 escolas de paraquedismo fiscalizadas em Boituva (SP). Desde a semana passada, o MTE investiga as condições de trabalho no local, onde um instrutor de 44 anos morreu após sofrer uma queda durante um salto.
Equipes de fiscalização do trabalho estiveram no Centro Nacional de Paraquedismo (CNP), onde solicitaram às escolas documentos e um levantamento de acidentes com mortes. O objetivo é apurar se as condições no CNP e na empresa, onde a vítima trabalhava como instrutora, podem ter contribuído para o acidente.
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Ainda segundo o MTE, as irregularidades encontradas são burocráticas e, portanto, não exigem o fechamento das escolas, que continuam funcionando.
Inquérito policial
A Polícia Civil tenta, desde a semana passada, localizar o paraquedas utilizado pelo atleta no dia do acidente, em 1º de julho. De acordo com o delegado Carlos Antunes, responsável pelo caso, existe a suspeita de que os equipamentos possam ter sido levados para a cidade natal de Rodrigo, em Boa Vista (RO).
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Acidente
Segundo a Associação de Paraquedismo, o acidente que matou o Rodrigo de Barros Aleixo de Souza ocorreu no dia 1º de julho, após um erro de pouso. O paraquedista era instrutor e possuía mais de quatro mil saltos.
Com apoio de um helicóptero Águia, da Polícia Militar, o paraquedista foi socorrido, levado para o hospital da cidade e, depois, transferido para o Hospital Regional “Dr. Adib Domingos Jatene”, em Sorocaba (SP), onde ficou 11 dias internado.
Outro ponto a ser esclarecido pelo MTE é a ausência de provas, pois não há registro do acidente, apenas um boletim de ocorrência da morte do funcionário, ressalta o chefe regional. “Vamos promover uma investigação legal e procurar buscar provas suprimidas”.
Procurada, a Polícia Militar de Boituva disse que não consta registro da ocorrência no sistema, que pode ter sido feito apenas na capital.
A reportagem também procurou a assessoria de imprensa da PM, mas não obteve uma resposta até a conclusão desta matéria.
Outros acidentes
Esta é a primeira morte de paraquedista registrada em 2023 no Centro Nacional de Paraquedismo (CNP) de Boituva, onde ocorrem aproximadamente 30 mil saltos por mês, entre modalidades turísticos e profissionais.
Em 2022, foi noticiado a morte de quatro paraquedistas em Boituva. Em junho, um paraquedista de 38 anos morreu ao cair sobre o telhado de uma casa. O inquérito da Polícia Civil descartou falha no equipamento e apontou negligência por parte da empresa onde a vítima realizava as aulas.
O laudo do Instituto de Criminalística (IC) de São Paulo apontou que o paraquedas e o disparador automático utilizados pelo empresário estavam funcionando, e portanto, a causa da morte foi provocada por falha humana.
No mês anterior, maio, dois atletas morreram após o pouso forçado de uma aeronave que saiu do CNP. Outras dez pessoas também ficaram feridas.
De acordo com um paraquedista que estava no avião no momento do acidente, a aeronave apresentou problemas a cerca de 900 pés (aproximadamente 275 metros) de altitude e tocou três vezes no solo antes de tombar e ficar com as rodas para cima.
Menos de um mês antes, um outro acidente fatal foi registrado no CNP. A paraquedista Bruna Ploner, sargento do Exército Brasileiro, morreu no dia 24 de abril após saltar com um paraquedas de alta performance.
Fonte: G1