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As graves inundações do final de novembro na Indonésia representaram um “perturbação de nível de extinção” para o grande primata mais raro do mundo, causando danos catastróficos ao seu habitat e às suas chances de sobrevivência, disseram esta semana cientistas que estudam o orangotango da espécie Pongo tapanuliensis.
Estima-se que entre 33 e 54 orangotangos-de-tapanuli (Pongo tapanuliensis) tenham morrido em inundações e deslizamentos de terra na província de Sumatra do Norte. Estimativas dão conta que menos de 800 orangotangos-de-tapanuli ainda viviam no local antes das inundações, e toda a população habita exclusivamente essa área de floresta já ameaçada pela mineração, plantações de óleo de palma e um grande projeto hidrelétrico. “É um desastre total. O caminho para a extinção agora é muito mais íngreme”, disse ao The Guardian o antropólogo biológico Erik Meijaard, um dos primeiros especialistas a descrever a espécie.
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As conclusões preliminares de Meijaard sobre o impacto das inundações em Sumatra, que serão oficialmente publicadas esta semana, estimam uma perda entre 6,2% e 10,5% da população de orangotangos de Tapanuli em apenas alguns dias. O rascunho do estudo alerta que isso representa uma “perturbação de nível de extinção” para a espécie.
Biólogos afirmaram que mesmo uma perda de apenas 1% da população de Tapanuli por ano seria suficiente para levar a espécie à extinção, já que os animais se reproduzem apenas a cada seis a nove anos.
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Ao avaliar a zona afetada por meio de imagens de satélite, Meijaard e seus colegas descobriram que quase 4.000 hectares de floresta anteriormente intacta foram devastados e estimaram que outros 2.500 hectares provavelmente também foram, embora não tenham sido observados devido à cobertura de nuvens. A devastação significa que os Tapanulis restantes ficarão ainda mais vulneráveis, já que boa parte de fontes de alimento e abrigo foram levadas pelas águas.

Fonte: Um Só Planeta