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Pesquisadores britânicos encontraram, durante escavações no condado de Buckinghamshire, um ovo que resistiu a todos os testes do tempo desde a época do Império Romano e permaneceu intacto até hoje, cerca de 1.700 anos depois. Em seu interior, para espanto dos cientistas, há conteúdo líquido e uma bolha de ar, características esperadas em um ovo, porém surpreendentes para um achado desta idade.
Mesmo contendo líquido, o ovo certamente não foi conservado a ponto de estar próprio para consumo. O achado estava em um cesto, em um local que provavelmente era um poço em uma comunidade próxima a uma estrada romana. Junto, havia moedas, um calçado de couro, e um cesto de tecido, onde havia outros ovos, que se romperam ao entrar em contato com o ar.
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“Apesar da natureza incrivelmente frágil dos ovos, a equipe no local conseguiu recuperar um intacto. Os outros infelizmente quebraram, emitindo um cheiro incrivelmente sulfuroso!”, afirmaram os pesquisadores do time de patrimônio e arqueologia do Conselho de Buckinghamshire, na Inglaterra.
O ovo é um achado considerado único por especialistas britânicos, e representa a chance de uma nova possibilidade no estudo arqueológico de pássaros, especialmente a pesquisa relativa à época do Império Romano e seus costumes no território do Reino Unido.
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“Normalmente, os arqueozoólogos e outros arqueólogos que pesquisam aves antigas têm apenas os ossos das aves e, menos comumente, fragmentos de casca de ovo para usar na análise. Ter o conteúdo do ovo disponível abrirá uma gama muito mais ampla de oportunidades de pesquisa”, afirmou Edward Biddulph, gerente sênior de projetos da Oxford Archaeology, uma instituição envolvida nas escavações, à reportagem da revista Newsweek.
O ovo, provavelmente de galinha, foi achado durante o período de trabalhos na localidade de Berryfield, e recentemente tornou-se alvo de pesquisa aprofundada. Uma micro tomografia computadorizada confirmou que ele ainda está cheio de líquido e com uma bolha de ar.
“Ficámos todos surpreendidos ao saber que o ovo é ainda mais raro do que pensávamos e, com o seu centro líquido intacto, é o único exemplo conhecido deste tipo no mundo”, afirmaram os especialistas em pássaros do Museu de História Natural de Londres, Douglas Russell e Arianna Bernucci.
Uma questão a ser desvendada é confirmar se o ovo é de fato de galinha, algo que ajudaria a revelar informações sobre a ave e o ambiente em que vivia, além de fornecer dados sobre o uso de aves e galinhas (se confirmado) no mundo romano.
E como um ovo foi parar dentro de um poço? Muito provavelmente com oferenda, afirmam os pesquisadores. Além de jogar moedas no poço, costume que existe até os dias atuais, as pessoas naquele período, cerca de 300 D.C., jogavam também alimentos e objetos no poço em seus rituais.
“Depois que os habitantes do assentamento romano à beira da estrada em Berryfields pararam de usar o poço para extrair água para fabricação de cerveja, eles usaram a cova para fins rituais, colocando moedas, potes de cerâmica e, claro, ovos, como oferendas aos deuses ou para dar sorte, assim como ainda jogamos moedas nas fontes. A cesta, que provavelmente continha pão, também foi colocada no poço para esse fim”, afirma Biddulph.
Fonte: Um Só Planeta