04 de outubro, 2025

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Insetos em âmbar revelam como era a floresta amazônica há 112 milhões de anos

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Um grupo de cientistas descobriu, pela primeira vez na América do Sul, insetos pré-históricos preservados em âmbar. O achado, feito em uma pedreira de arenito no Equador, abre uma janela inédita para compreender como era a vida no planeta há cerca de 112 milhões de anos, quando as plantas com flores começavam a se diversificar.

Segundo Fabiany Herrera, curador de plantas fósseis do Field Museum de Chicago e coautor do estudo publicado em setembro na revista Communications Earth and Environment, os fragmentos encontrados revelam besouros, moscas, formigas e vespas fossilizados em resina de árvores.

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Fragmentos encontrados revelam besouros, moscas, formigas e vespas fossilizados em resina de árvores. (Foto: Divulgação)

Até agora, praticamente todos os depósitos de âmbar conhecidos nos últimos 130 milhões de anos estavam localizados no Hemisfério Norte. A ausência desse material em antigas regiões do supercontinente Gondwana era considerada um mistério, observa o entomologista David Grimaldi, do American Museum of Natural History, que não participou da pesquisa.

O material coletado no Equador também preserva pólen e folhas, permitindo reconstruir o ambiente da floresta que existia durante o período Cretáceo. Ao contrário da Amazônia atual, dominada por plantas tropicais, aquela floresta era composta por samambaias, coníferas e árvores como a Araucaria chilena, conhecida como “Monkey Puzzle Tree”, hoje ausente da região.

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Trabalhos de campo no nível mais rico em âmbar da pedreira. (Foto: Divulgação)

A existência do âmbar já era conhecida por geólogos e mineradores da pedreira Genoveva. O paleobotânico Carlos Jaramillo, do Smithsonian Tropical Research Institute, soube da ocorrência há cerca de uma década e, com base em anotações de campo, conseguiu localizar o sítio. “Percebi que o lugar era incrível. Há muito âmbar visível na mina, o que seria impossível de notar sob a densa vegetação”, relatou em comunicado.

Para os especialistas, a descoberta é fundamental para entender a evolução conjunta entre insetos e plantas com flores, uma relação que começou na era dos dinossauros e se tornou uma das mais bem-sucedidas da natureza. Como ressalta Ricardo Pérez-de la Fuente, paleoentomólogo do Museu de História Natural da Universidade de Oxford, o âmbar funciona como “pequenas janelas para o passado”, preservando detalhes minúsculos da biodiversidade. Agora, os pesquisadores pretendem aprofundar a análise das amostras para revelar como os insetos do Cretáceo contribuíram para a evolução da floresta amazônica.

Fonte: Um Só Planeta

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