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A mosca-lanterna-pintada chegou aos Estados Unidos em 2014. Trata-se de um inseto invasor que, segundo a entomologista e educadora Robyn Underwood, da Penn State Extension, representa uma ameaça econômica significativa, pois se alimenta e danifica videiras e estressa as árvores.
E não só isso: a espécie também está afetando o sabor, a cor e o cheiro do mel. Reportagem da Smithsonian Magazine relata que, nos últimos anos, apicultores começaram a encontrar um mel escuro, marrom-avermelhado, com sabor e aroma incomuns em suas colmeias no outono.
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Tradicionalmente, as abelhas produzem mel a partir do néctar – substância doce e açucarada que as plantas com flores produzem para atrair polinizadores. Elas se alimentam dele e levam uma parte de volta para suas colmeias, onde o transformam em mel.
Mas as abelhas também conseguem fazer o mesmo com o melado, que é o líquido açucarado excretado pelas moscas-lanternas-pintadas após se alimentarem da seiva das árvores. As abelhas coletam esse melado e o processam para produzir mel.
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Underwood garante que o mel produzido dessa forma é seguro para consumo humano. “Resultados preliminares de testes laboratoriais mostram que os níveis de pesticidas provenientes do tratamento da mosca-lanterna encontrados no mel de melada são extremamente baixos e bem abaixo de qualquer nível preocupante. Além disso, apicultores em áreas onde a mosca-lanterna está presente há vários anos observam que as abelhas sobrevivem muito bem ao inverno com esse tipo de alimento armazenado”, escreveu ela em artigo publicado no site da Penn State Extension.
Ela acrescentou que o mel feito com melado da mosca-lanterna-pintada, além de ser marrom escuro, tem um odor defumado característico, não é tão doce e tem um sabor residual persistente. “Em testes de degustação informais, metade ou mais das pessoas que o experimentam acham o sabor ótimo. Assim como acontece com outros tipos de mel, como o mel de trigo sarraceno, as opiniões variam bastante”, detalhou a especialista.
Na Europa, segundo a Smithsonian Magazine, os apicultores colhem há muito tempo o mel produzido a partir do melado – no caso deles, provem de pulgões e outros insetos – e costumam comercializá-lo como “mel da floresta”.
Os apicultores dos EUA estavam inicialmente preocupados, mas agora, com novas pesquisas, começam a mudar de ideia. “Eu digo a mim mesma que, se é bom o suficiente para as abelhas, se as abelhas estão satisfeitas com isso, então tenho um pouco mais de fé”, completou Jan Day, presidente da Aliança de Apicultores de Washington D.C., ao Washington Post.

Fonte: Um Só Planeta