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A escuridão, o forte cheiro e os ventos do fim da tarde deste sábado (24) deixaram moradores assustados com o avanço das queimadas em áreas de vegetação e uma cortina de fumaça que antecipou o anoitecer no interior de São Paulo.
Além da mudança estranha da paisagem e das sensações precárias de respiração, em Ribeirão Preto (SP), picos de energia elétrica em diferentes pontos foram relatados, bem como problemas no fornecimento de água devido ao desligamento de pelo menos 23 poços e atendimentos na rede de saúde 60% acima da média.
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“A situação está complicada. Todos aqui em casa apavorados, no momento em que começou a escurecer, começou a piorar a fumaça dentro de casa mesmo com tudo fechado e dificultando cada vez mais a respiração”, afirma a enfermeira Lorena Roque, de Ribeirão Preto.
A preocupação aumentou ainda mais porque o pai dela é asmático. “Estamos morrendo de medo de a situação piorar. Agora, além da energia oscilando, estamos sem água, a situação está muito feia”, diz.
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Desde quinta-feira (22), as condições climáticas no interior de São Paulo têm se agravado por conta do acúmulo de incêndios, que fecharam rodovias, causaram mortes, acidentes e estragos para produtores rurais de diferentes regiões, levando o governo paulista a abrir um gabinete de crise e a anunciar uma força-tarefa com apoio das Forças Armadas.
Depois de registrar recorde de queimadas até sexta-feira (23), em número acima dos de estados da Amazônia Legal, São Paulo teve, apenas neste sábado (24), mais 305 incidentes, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O resultado pode ser visto na região, com a poeira reduzindo a visibilidade não só nas estradas como dentro das cidades. Altinópolis (SP), Brodowski (SP), Batatais (SP), Guariba (SP), Jaboticabal (SP) e Sertãozinho (SP) estão entre os municípios com mais focos.
“Eu estava voltando da padaria, umas 17h30, estava tudo escuro, ventando bastante, de repente já anoiteceu, virou noite, o vento muito forte e muita terra. Eu fiquei com bastante medo, até de dirigir, chegar em casa e poder descer com segurança, está bem assustador”, afirma Gislene Pereira, de Sertãozinho.
Fonte: G1