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Imagens de satélite analisadas pela empresa de tecnologia geoespacial que auxiliou nas investigações indicam que a mancha original de petróleo no mar tinha 200 quilômetros de extensão. A empresa HEX elaborou um relatório entregue à Polícia Federal com 803 imagens produzidas no local. As imagens, com data e horário, permitiram à polícia e, depois, à Marinha, identificar a primeira mancha do óleo derramado e estabelecer o momento provável do crime.
A empresa fez o levantamento por conta própria e depois repassou o relatorio para a Polícia Federal, o que permitiu a identificação do navio grego como principal suspeito pelo derramamento de óleo. Segundo o diretor-presidente da HEX, Leonardo Barros, ele sabia que uma eventual descoberta podia projetar a imagem da empresa, mas que o empreteitada também tinha riscos.
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– Foi sim um investimento pesado, mas um investimento de risco. Em situações como esta, você tem um terço de chance de procurar e não achar nada, procurar e achar coisa errada e um terço de chance de acertar – disse.
Nesta sexta-feira, a Polícia Federal informou que o navio mercante Bouboulina, de bandeira grega e propriedade da empresa Delta Tankers LTD , é o responsável pelo petróleo vazado e que contamina a costa do Nordeste. O juiz federal Francisco Eduardo Guimarães Farias, da 14ª Vara Federal em Natal, determinou busca e apreensão na empresa Lachmann Agência Marítima, que foi agente marítimo da Delta Tankers no Brasil. Outra empresa foi alvo de busca e apreensão autorizada pelo juiz, a Witt O Brien’s. Ambas as empresas ficam no Centro do Rio.
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O Bouboulina ficou detido nos Estados Unidos por quatro dias, conforme documento encaminhado pela Marinha à PF. A detenção ocorreu por “incorreções de procedimentos operacionais no sistema de separação de água e óleo descarga no mar”.
Estão sendo cumpridos nesta sexta-feira dois mandados de busca no Rio em sedes de representantes e contatos da empresa grega responsável pelo navio. De acordo com a PF, o navio acusado de derramar óleo na cossta brasileira está ancorado em um porto da Nigéria . A partir de informações fornecidas pela Marinha, foi constatado que a Delta Tankers tinha um agente marítimo no Brasil, a Lachmann Agência Marítima, e que o navio grego Bouboulina tinha um “indivíduo qualificado” no Rio, a Witt O Brien’s. Esta última empresa atua no ramo de riscos e orienta empresas marítimas sobre planos de contingência e procedimentos a serem adotados em desastres, conforme a PF.
]A empresa contratada atuou “no famoso caso de vazamento de óleo da plataforma DeepWater Horizon”, como está reproduzido na decisão. Trata-se de uma plataforma que explodiu no Golfo do México em 2010, matando 11 trabalhadores e derramando milhões de barris de petróleo no mar. De acordo com as investigações, onavio mercante Bouboulina atracou na Venezuela em 15 de julho e o derramamento teria ocorrido a 700 quilômetros da costa brasileira entre os dias 28 e 29 de julho.
As investigações foram realizadas de forma integrada com Marinha, Ministério Público Federal, Ibama e as universidades Federal da Bahia (UFBA), de Brasília (UnB) e Universidade Estadual do Ceará (UEC). Também houve apoio de uma empresa privada do ramo de geointeligência.
Fonte: Extra