26 de dezembro, 2024

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Igreja Católica diz investigar casos de abuso sexual na Venezuela após denúncias

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A Igreja Católica venezuelana informou nesta quarta-feira (6) que abriu uma investigação sobre os casos de abuso sexual cometidos contra menores por parte de membros da instituição, após a reportagem do jornal americano The Washington Post sobre a readmissão de padres condenados.

“Nos sentimos profundamente consternados e magoados diante das situações de abuso”, disse o primeiro vice-presidente da Conferência Episcopal da Venezuela, Mario Moronta, em coletiva de imprensa, na qual garantiu que a Igreja “colaborou para o esclarecimento dos fatos”.

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“Os bispos não se opuseram nem se opõem à atuação dos órgãos competentes da justiça civil nessa questão dos abusos”, ressaltou o religioso. Segundo ele, essa investigação levará “meses ou muito mais tempo”.

“É preciso verificar todos os dados, não apenas das vítimas, mas também de outras pessoas”, afirmou. “Mantemos os dados [de abusos na investigação] em confidencialidade por respeito às vítimas, mas também porque estamos fazendo um estudo bastante sério a respeito”, explicou.

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The Washington Post publicou há duas semanas uma investigação de 10 casos que “envolvem denúncias de abuso sexual infantil” por parte de sacerdotes na Venezuela. O jornal descobriu que metade dos condenados por abuso entre 2001 e 2022 “foram libertados antes do tempo” ou “não cumpriram nenhum” tempo na prisão, e que foi permitido o retorno de ao menos três deles ao ministério.

De acordo com a Conferência Episcopal, as denúncias desses casos estão sendo tratadas em suas respectivas dioceses, onde estão sendo realizados este ano procedimentos penais e administrativos, além de suspensões.

“Cada diocese é autônoma, compartilhamos informações (…), mas quando há um caso, é diretamente com o Vaticano e há um relatório para a Conferência Episcopal”, explicou Moronta, que acrescentou que só a Santa Sé pode agir e decidir sobre o futuro do religioso acusado.

O jornal americano relatou casos nos estados venezuelanos de Zulia, Falcón, Anzoátegui, Mérida e Lara, onde um padre condenado a sete anos por abusar sexualmente de um menino de seis anos não finalizou sua pena e voltou à igreja.

“Ele foi suspenso ao longo deste ano e, em todo caso, há um processo judicial contra ele”, justificou Moronta.

A Igreja Católica foi abalada por centenas de acusações e revelações de abusos sexuais cometidos por sacerdotes em todo o mundo, com um alto impacto na América Latina.

A Conferência Episcopal da Venezuela disse que está trabalhando em uma “comissão de prevenção”, com oficinas e cursos, e que impôs medidas como proibir que crianças vivam em casas paroquiais e convidar os pais para as catequeses de seus filhos.

Fonte: Yahoo!

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