21 de dezembro, 2024

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Idosa de 110 anos recebe alta após se recuperar de Covid-19 em SP

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Após se recuperar da Covid-19, Henriqueta Soares Marques, de 110 anos, recebeu alta do hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo, nesta quarta-feira (31). Sua saída foi celebrada com emoção pelos familiares e por profissionais de saúde da unidade, que a acolheram como “vovozinha do hospital”.

“Essa despedida da equipe na saída foi uma surpresa pra ela, ela ficou muito emocionada. Ela, eu, a família inteira, foi algo muito especial. Ver uma pessoa da idade dela vencer essa batalha, eu acho que é uma mensagem de muita esperança”, diz o neto de Henriqueta, o engenheiro elétrico Giancarlo Bonansea.

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Independente e ativa, Henriqueta recebeu a segunda dose da vacina CoronaVac no final de fevereiro. Para a família, os sintomas relativamente leves que a senhora de 110 anos experimentou foram um resultado positivo da vacinação.

A CoronaVac teve eficácia global de 50,38% nos testes feitos no Brasil e de 78% na redução de casos leves, mas que exigem algum atendimento médico, segundo estudo preliminar divulgado pelo Butantan. No entanto, a eficácia do imunizante não foi medida em idosos da faixa etária de Henriqueta, nos quais a resposta do sistema imunológico provocada pela vacina pode ser menor.

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Desde que recebeu a segunda dose da vacina, Henriqueta se manteve isolada em casa, tricotando casaquinhos para doação no apartamento onde mora, sozinha, na Chácara Santo Antônio, na Zona Sul da capital.

No entanto, no começo de março, sua filha, de 81 anos, rompeu o isolamento para também receber a vacina, e poucos dias depois passou a perceber alguns sintomas da doença. Apesar de viver sozinha, Henriqueta recebia suporte da filha, que mora no apartamento ao lado com seu marido, e os três conviviam diariamente.

“Logo após receberem a vacina, antes de tomar a segunda dose, meus pais começaram a ter uns sintomas de mal-estar que foram piorando. No dia 12 de março, tiveram sintomas mais fortes de coronavírus e fizeram o teste RT-PCR. Então, no dia 14, descobriram que estavam positivos”, explica Giancarlo Bonansea, neto de Henriqueta.

O engenheiro decidiu marcar um teste de Covid-19 para a avó, já que a convivência entre os pais e Henriquetta era diária. Então, no dia 16 de março, veio o resultado positivo do exame da idosa de 110 anos, que ainda não apresentava nenhum sintoma da doença.

Internação em família

Henriqueta Soares Marques, de 110 anos, recebe alta do hospital Albert Einstein, em São Paulo, nesta quarta (31), após contrair Covid-19 — Foto: Arquivo pessoal
Henriqueta Soares Marques, de 110 anos, recebe alta do hospital Albert Einstein, em São Paulo, nesta quarta (31), após contrair Covid-19 (Foto: Arquivo pessoal)

A mãe de Giancarlo, de 81 anos, viveu uma piora nos sintomas nos dias após o diagnóstico e foi a primeira da família a ser internada por conta da Covid-19, na manhã de 19 de março.

No mesmo dia, Henriquetta, que estava assintomática desde 16 de março, também apresentou uma evolução negativa e foi internada à noite no mesmo hospital.

“Quando os sintomas vieram para a minha avó, foi como uma avalanche. Ela teve uma fadiga muito grande, não conseguia se movimentar, a oxigenação começou a cair. Tudo o que ela não sentiu nos dias anteriores, veio tudo de uma vez só no dia 19”, conta o engenheiro.

No dia 20 de março foi a vez do pai de Giancarlo, de 84 anos, sentir um agravamento do quadro e também ser internado em um leito no Hospital Albert Einstein.

“Para minha avó, não foi só o trauma de ter a Covid-19, mas saber que a própria filha estava junto no mesmo hospital e o genro também, e que um outro filho também tinha sido contaminado, foi a tempestade perfeita. A gente não está preparado para um caso, imagina para quatro de uma vez”, afirma Giancarlo.

Evolução e sequelas

Henriqueta teve uma boa evolução do quadro de Covid-19 e recebeu alta nesta quarta-feira, um dia depois da filha, que saiu do hospital na terça (30), e três dias depois do genro, que teve alta no último domingo (28).

A internação de Henriqueta, ao todo, durou 12 dias. Isso porque, após ser internada no dia 19 de março, ela teve uma melhora rápida dos sintomas e recebeu alta no dia 21, já sem sintomas do coronavírus.

No entanto, no dia 23 de março, ela voltou a sentir um mal-estar e foi novamente internada por conta de uma pneumonia e de uma inflamação no músculo do coração que, segundo os médicos, surgiram como sequelas da Covid-19.

“Ela acabou desenvolvendo dois efeitos que são consequências comuns da Covid-19, e aí ficou internada do dia 23 até hoje pra tratar essas sequelas, que no final podiam ser de maior risco do que a própria Covid, ainda mais por ela estar já vacinada. Mas, graças a Deus, a evolução dessas sequelas também foi bem positiva”, explica Giancarlo.

A família agora planeja uma Páscoa a distância, com videoconferência para reunir virtualmente os diferentes núcleos familiares, e muito alívio pela sequência de altas hospitalares.

“Tivemos uma ótima acolhida, ela era a queridinha das enfermeiras e a vovozinha do hospital. Agora, vamos ter uma Páscoa isolados, mas todos bem de saúde e recuperados”, comemora Giancarlo.

Fonte: G1

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