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O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autorizou o envio de brigadas para combater os incêndios florestais na Bolívia. O fogo no país vizinho ameaça a Serra do Amolar, santuário da biodiversidade e Patrimônio Natural da Humanidade, e indígenas Guató, que vivem no Pantanal de Mato Grosso do Sul.
De acordo com a portaria, doze brigadistas irão atuar no combate aos incêndios na Bolívia por 30 dias, devido aos riscos que o fogo na fronteira representa a importantes áreas de interesse ecológico. O documento é assinado pelo presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho.
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“A equipe do Ibama permanecerá no Brasil, deverá adentrar em área da Bolívia durante o período diurno e deverá atuar de forma coordenada com as autoridades bolivianas em território do país vizinho, na faixa de fronteira lindeira com o estado do Mato Grosso do Sul”, diz a nota.
Pelas imagens, filmadas na fronteira com a Bolívia, é possível ver a cortina de fumaça e a área devastada pelo fogo na região.
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Segundo o Instituto Homem Pantaneiro (IHP), a linha de fogo que ameaça a Serra do Amolar e os Guatós tem cerca de 60 quilômetros de extensão. À reportagem, o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) informou que estava pronto para atuar no território vizinho, sendo aguardada apenas a autorização.
Em agosto deste ano, o governo da Bolívia solicitou ao Brasil apoio para o combate aos incêndios florestais. O pedido de ajuda foi enviado à Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e estava sendo avaliado pelo Itamaraty.
O pedido da Bolívia era para o envio de aeronaves para “ataques aéreos a focos de incêndio e para transporte pessoal e de carga”. O governo boliviano também pediu o envio de brigadistas ou bombeiros militares para o controle das chamas em terra.
Além dos indígenas Guató – que ficam a cerca de 280 km da área urbana de Corumbá (MS) – o fogo no Pantanal já destruiu mais de 70% do território da Terra Indígena Kadiwéu.
Fogo na fronteira entre Brasil e Bolívia
O fogo consome o Pantanal há mais de três meses. Segundo dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ), mais 2,7 milhões de hectares foram destruídos pelas chamas, o que deixa um rastro de devastação ambiental e morte de animais. Para se ter uma dimensão, a área completamente destruída representa 18,08% de todo o território pantaneiro no Brasil.
Na Bolívia, o Pantanal é chamado de “Chaco”. O encontro dos territórios da maior planície alagável do mundo entre os países ocorre na região da Serra do Amolar, Patrimônio Nacional da Humanidade e santuário da biodiversidade. Além disso, as chamas também ameaçam o povo indígena da etnia Guató.
O Brasil e a Bolívia possuem uma faixa de fronteira de mais de 3 mil quilômetros, margeadas do lado brasileiro pelos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, que abrigam o Pantanal em território nacional.
Fonte: G1