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Segundo estudo publicado na terça-feira (19) na revista científica Nature Communications, cerca de uma em cada nove espécies de aves foi extinta nos últimos 126 mil anos – e os humanos foram, provavelmente, os responsáveis pela maior parte dessas extinções, muitas das quais nunca foram documentadas. As descobertas sugerem que esta taxa de extinção equivale a mais do que o dobro do número estimado anteriormente.
Ao longo dos séculos, os humanos desencadearam ondas de extinções entre as mais diversas espécies de animais através do desmatamento, da caça e da introdução de espécies não nativas. As ilhas foram particularmente afetadas: 90% das extinções de aves conhecidas ocorreram em ecossistemas isolados.
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Por conta de seus ossos ocos e leves, os restos desses animais tendem a não ser bem preservados como fósseis. Por isso, a maioria das análises sobre as extinções dos pássaros baseou-se em evidências observacionais escritas. Contudo, esse tipo de registro é datado há cerca de 500 anos, tornando difícil a construção do contexto de perdas das espécies durante períodos mais longos.
A pesquisa foi liderada por Rob Cooke, modelador ecológico do Centro de Ecologia e Hidrologia do Reino Unido em Wallingford. Seus colegas construíram um modelo de extinções de aves combinando extinções documentadas, registros fósseis e estimativas de extinções não descobertas em 1.488 ilhas ao redor do planeta. A equipe levou em conta o tamanho da ilha, o clima e o isolamento geográfico para estimar extinções não descobertas.
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Como resultado, foi revelado aos cientistas que cerca de 1.300 a 1.500 espécies de aves (quase 12% do total mundial) foram extintas entre 126.000 – 12.000 anos, sendo que quase dois terços de todas as extinções de aves ocorreram na região do Pacífico. É provável que as atividades humanas tenham causado a grande maioria destas extinções. A mais intensa destas ondas ocorreu há pouco mais de 700 anos, quando as pessoas chegaram pela primeira vez às ilhas do Pacífico oriental – particularmente ao Havaí, às Ilhas Marquesas e à Nova Zelândia. Nessa época, as taxas de extinção eram 80 vezes maiores do que seria esperado se os humanos não tivessem chegado.
Segundo o estudo, a introdução de roedores e animais domésticos provavelmente levou à perda de espécies bem documentadas nesse período, como o corvo-de-bico-grosso que já habitou o Havaí. Desenvolver uma compreensão de quantas espécies foram perdidas ao longo do tempo pode ajudar governantes e tomadores de decisão a definir metas de biodiversidade mais contundentes, principalmente, para rastrear e conservar as espécies de aves que permanecem atualmente no planeta.
Fonte: Um Só Planeta