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Transformar o 1º de dezembro em Dia Mundial de Luta Contra a Aids foi uma decisão da Assembleia Mundial de Saúde, em outubro de 1987, com apoio da Organização das Nações Unidas – ONU. A data serve para reforçar a solidariedade, a tolerância, a compaixão e a compreensão com as pessoas infectadas pelo HIV/AIDS.
A Aids é o estágio mais avançado da doença, que ataca o sistema imunológico. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, como também é chamada, é causada pelo HIV. Como esse vírus ataca as células de defesa do nosso corpo, o organismo fica mais vulnerável a diversas doenças, desde um simples resfriado a infecções mais graves, como tuberculose ou câncer. O próprio tratamento dessas doenças fica prejudicado.
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Desde os primeiros relatos de pessoas infectadas pelo HIV, em 1981, cerca de 80 milhões de pessoas se contaminaram em todo o mundo e, dessas, metade infelizmente morreu apesar do tratamento. Globalmente, a cada ano, 2 milhões de pessoas adquirem o vírus (casos novos) e a mortalidade chega a 1,2 milhão.
O médico infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) Dr. Alexandre Naime Barbosa explica que, no Brasil, os casos novos de pessoas que se infectam pelo HIV vêm aumentando, principalmente entre os mais jovens (de 13 a 19 anos e de 20 a 25 anos), que estão iniciando a vida sexual. “Estima-se que a população de pessoas vivendo com o HIV no país esteja entre 700 mil a 1 milhão de pessoas, mas pouco mais da metade desses indivíduos tem o diagnóstico. Essa situação potencializa a taxa de transmissão desse vírus e coloca em risco a vida dessas pessoas”, afirma.
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Como evitar a transmissão? – Para evitar a transmissão da Aids, recomenda-se o uso de preservativo durante as relações sexuais, a utilização de seringas e agulhas descartáveis e o uso de luvas para manipular feridas e líquidos corporais, bem como testar previamente sangue e hemoderivados para transfusão. Além disso, as mães infectadas pelo vírus (HIV-positivas) devem usar antirretrovirais durante a gestação para prevenir a transmissão vertical e evitar amamentar seus filhos.
Situações de risco – Somente em secreções como sangue, esperma, secreção vaginal e leite materno, o vírus aparece em quantidade suficiente para causar a moléstia. Para haver a transmissão, o líquido contaminado de uma pessoa tem que entrar em contato com o organismo de outra. Isso se dá através de relação sexual (heterossexual ou homossexual), ao se compartilhar seringas, em acidentes com agulhas e objetos cortantes infectados, na transfusão de sangue contaminado, na transmissão vertical da mãe infectada para o feto, durante a gestação ou no trabalho de parto, e durante a amamentação.
Sintomas – Um portador do vírus da Aids pode ficar até 10 anos sem desenvolver a doença e apresentar seus principais sintomas. Isso acontece porque o HIV fica “adormecido” e controlado pelo sistema imunológico do indivíduo. “Quando o sistema imunológico começa a ser atacado pelo vírus de forma mais intensa, começam a surgir os primeiros sintomas, que são: febre alta, diarreia constante, crescimento dos gânglios linfáticos, perda de peso e erupções na pele”, esclarece Dr. Alexandre Naime.
Segundo ele, hoje em dia é possível ser soropositivo e viver com qualidade de vida. Basta tomar os medicamentos indicados no tratamento, e seguir corretamente as recomendações médicas.
A diretora do Serviço de Ambulatórios Especializados de Infectologia (SAEI) “Domingos Alves Meira” Drª Lenice do Rosário de Souza afirma que, atualmente, cerca de 800 pacientes com HIV, a maioria da região de Botucatu, são tratados com no SAEI-DAM. “A manutenção do tratamento, que deve ser para toda a vida, não é fácil, e depende de muita compreensão dos pacientes, da relação médico-paciente e dele com toda a equipe de saúde”, explica.
Segundo Drª Lenice, o trabalho no SAEI-DAM é realizado por equipe multidisciplinar, facilitando a conscientização sobre preconceito e discriminação dos portadores da doença. “Esses aspectos são discutidos com os pacientes a todo momento durante o seu acompanhamento”, diz.
Dr. Alexandre Naime destaca a importância da luta contra o preconceito e o estigma através de palestras e atividades educacionais. “Procuramos sempre conversar com familiares e amigos das pessoas que vivem com o HIV/Aids, além de colaborar com a imprensa, sempre priorizando a disseminação da informação sobre a doença”, destaca.
Drª Lenice considera que a relevância do dia 1º de dezembro está no fato de chamar atenção do mundo para o trabalho de combate à Aids. “É um dia especial para se trabalhar com a prevenção de uma doença grave, que, apesar de ter tratamento potente e cada vez mais atual, ele não elimina o vírus do organismo. O preconceito e a discriminação também são lembrados para conscientização de toda a população”, afirma.
“Nosso principal objetivo neste 1º de dezembro é enfatizar a importância da prevenção ao HIV e reforçar a solidariedade com as pessoas que vivem com esse vírus”, finaliza Dr. Alexandre Naime.
Fonte: Assessoria de Imprensa do HCFMB