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As autoridades de Hong Kong, confrontadas a um aumento sem precedentes de casos de covid-19 desde o início da pandemia, anunciaram nesta sexta-feira (18) que vão testar os 7,5 milhões de habitantes da cidade e que a escolha do próximo chefe do Executivo será adiada.
“Uma das medidas que estamos preparando, e muito seriamente, é um teste universal obrigatório”, disse a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, em entrevista coletiva, referindo-se à “situação crítica” na cidade.
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Testes em massa da população são praticados rotineiramente na China continental, cujas autoridades observam uma política de “covid zero” que às vezes os leva a confinar cidades inteiras por semanas.
No entanto, Lam descartou a possibilidade de confinar Hong Kong, uma medida difícil de aplicar numa cidade cuja densidade populacional é uma das mais elevadas do mundo e onde a habitação é muitas vezes escassa e compartilhada.
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Em fevereiro, as autoridades reforçaram as restrições para combater o vírus. Reuniões de mais de duas pessoas em locais públicos estão proibidas. Desde janeiro, bares e restaurantes devem fechar às 18h e cinemas, museus, pavilhões esportivos e outros locais de entretenimento suspenderam suas atividades.
Por outro lado, Lam informou que a nomeação do próximo chefe do Executivo de Hong Kong, inicialmente prevista para março, foi adiada para 8 de maio. Não se sabe se Lam, que dirige a cidade desde 2017, buscará um segundo mandato.
O momento é politicamente sensível para Hong Kong. O governo chinês impôs uma lei de segurança nacional que criminaliza todas as formas de dissidência, bem como novas regras para garantir que apenas “patriotas” pró-Pequim possam ocupar cargos políticos.
O adiamento está “em linha com as importantes instruções do presidente Xi Jinping de que devemos fazer do controle da epidemia nossa principal prioridade”, explicou.
No início desta semana, o líder chinês instou Hong Kong a tomar “todas as medidas necessárias” para conter a pandemia.
A estratégia de “covid zero” do governo chinês inclui uma quarentena de várias semanas à chegada ao país, mesmo para passageiros de Hong Kong.
Mas as redes de contrabandistas entre o território semiautônomo e a China continental permitem que ela seja contornada.
As cidades chinesas oferecem agora milhares de dólares em recompensas por qualquer dica sobre entradas ilegais de Hong Kong, após a descoberta de imigrantes ilegais que testaram positivo para o coronavírus na China continental.
Hospitais lotados
Com pouco mais de 12.000 casos de covid-19 registrados nos primeiros dois anos da pandemia, graças ao isolamento draconiano, Hong Kong enfrenta atualmente uma progressão exponencial do vírus ligada à variante ômicron altamente contagiosa.
Mais de 11.000 novos casos foram registrados apenas nesta sexta-feira, depois de 12.000 na quinta-feira, e o sistema hospitalar ficou completamente sobrecarregado em questão de dias.
Sem leitos disponíveis, dezenas de pacientes foram forçados a esperar horas em camas ou cadeiras de plástico do lado de fora dos hospitais.
As autoridades requisitaram hotéis vagos e habitações sociais para isolar pacientes com poucos ou nenhum sintoma, e planejam construir hospitais improvisados.
Até março, Hong Kong pode chegar a 300.000 infecções por dia, segundo especialistas em saúde.
Por outro lado, instituições de caridade denunciaram nesta sexta-feira que muitos trabalhadores domésticos foram “abandonados” por seus empregadores após contrair covid-19. Alguns são forçados a dormir nas ruas ou até mesmo não recebem assistência médica.
Fonte: Yahoo!