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Um homem sobreviveu após ficar preso com o rosto virado para baixo em um riacho glacial no Alasca, nos Estados Unidos, por três horas. A pedra que o esmagou pesava cerca de 318 quilos. Ele escapou com apenas ferimentos leves, graças à reação rápida da esposa — e a um pouco de sorte.
Kell Morris, de 61 anos, foi atingido durante uma trilha perto de uma geleira ao sul de Anchorage, no sábado (24). O casal decidiu evitar o movimento de turistas na região e caminhar por uma área isolada. O percurso era um leito rochoso de riacho com grandes pedras deixadas pela geleira.
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Morris percebeu que as pedras eram perigosas — algumas chegavam a pesar mais de 450 kg — e tentou evitá-las. Mas, em um trecho sem passagem, tudo desmoronou.
“Eu estava voltando e, de repente, toda a lateral cedeu”, contou.
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Ele caiu por cerca de seis metros, de cabeça para baixo na água. Logo depois, sentiu a pedra atingir suas costas.

A forma como Morris caiu o salvou. Havia rochas sob ele, entre as pernas e ao redor do corpo, que sustentaram parte do peso da pedra. Isso evitou que ele fosse completamente esmagado, segundo Crites.
Mesmo assim, ele ficou preso e sentia dores intensas na perna esquerda, esperando o momento em que o fêmur se quebraria.
“No começo, achei que o desfecho não seria bom”, disse Morris.
A esposa dele tentou ajudá-lo por cerca de 30 minutos. Colocou pedras sob a rocha e tentou rolá-la, sem sucesso. Depois, foi procurar sinal de celular.
Com sorte, bastou caminhar 270 metros para conseguir falar com o 911. Usando a experiência policial, ela mandou as coordenadas exatas para o resgate.
A sorte do casal foi que uma empresa de turismo com cães de trenó que opera na geleira ouviu o chamado do 911 no rádio e ofereceu o helicóptero usado em passeios para levar os resgatistas até o local — que era inacessível por veículos terrestres.
Enquanto os socorristas não chegavam, a esposa de Morris segurou a cabeça dele acima da água para evitar que ele se afogasse.
Resgate
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Um voluntário do Corpo de Bombeiros de Bear Creek ouviu o chamado enquanto trabalhava com os cães de trenó e redirecionou o helicóptero da empresa para o local. Os bombeiros, sem conseguir passar com veículos entre as pedras, saltaram direto do helicóptero.
Naquele ponto, Morris já estava em estado de hipotermia, segundo o chefe dos bombeiros de Seward, Clinton Crites.
“Acho que, sem aquele helicóptero particular, levaríamos pelo menos mais 45 minutos para chegar até ele. E não sei se ele teria esse tempo”, disse.
Os bombeiros usaram duas bolsas infláveis — geralmente usadas para resgatar vítimas presas em carros — para levantar levemente a rocha.
“Mas, no fim, foi tudo na força bruta. Um, dois, três, empurra”, disse Crites. “Sete homens conseguiram erguer a pedra o suficiente para puxá-lo.”
Depois, um helicóptero da Guarda Nacional do Alasca levou Morris em um cesto de resgate. Ele passou duas noites no hospital, apenas para observação, e saiu sem nenhum ferimento grave.
“Eu esperava retirar um corpo, não ver ele saindo andando, sem um arranhão”, disse Crites.
Alívio
Agora em casa, Morris reflete sobre o que passou. E admite que talvez seja hora de parar com aventuras como essa.
“Eu tive muita sorte. Deus estava olhando por mim”, disse.
Ee disse que se sente o homem mais sortudo do mundo. “E mais sortudo ainda por ter uma esposa tão incrível”, afirmou.
A mulher dele é uma policial aposentada do estado do Alasca. O casal se mudou de Idaho para o Alasca no ano passado. Ela assumiu um cargo na polícia local.
Fonte: G1