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O helicóptero que transportava o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, envolveu-se em um incidente aéreo por volta das 13h (no horário local) deste domingo (19), segundo a imprensa oficial do país.
Até a última atualização desta reportagem, um drone enviado pela Turquia havia identificado uma “fonte de calor”, indicando que poderia ser dos destroços do helicóptero que transportava o presidente iraniano. As coordenadas foram enviadas para as autoridades iranianas.
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Os estados de saúde de Raisi e dos demais ocupantes da aeronave não haviam sido divulgados. As outras duas aeronaves que levavam oficiais da comitiva presidencial conseguiram aterrissar em segurança.
O vice-presidente iraniano para assuntos executivos, Mohsen Mansouri, disse que dois passageiros do voo conseguiram se comunicar com as equipes de resgate, e que isso indicaria que o incidente não foi tão grave.
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Um oficial iraniano afirmou em condição de anonimato à agência de notícias Reuters que “estão esperançosos, mas que as informações que chegam sobre o acidente são preocupantes”.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que “a nação iraniana não deve se preocupar”. Ele afirmou que não haverá interrupção nas operações do país, e que espera que o presidente e os demais ocupantes do voo voltem logo para casa.
A agência de notícias estatal Fars pediu aos iranianos que orem pelo presidente iraniano.
Incidente ocorreu em região montanhosa
Segundo a agência de notícia estatal iraniana IRNA, a aeronave envolveu-se em um incidente entre as cidades de Varzaqan e Jolfa, em razão de condições climáticas adversas. Mais cedo, Raisi havia inaugurado uma barragem no Azerbaijão.
O ministro do Interior do Irã, Ahmad Vahidi, afirmou à TV estatal do país que as equipes de resgate podem levar algum tempo para chegarem à aeronave, devido ao mau tempo na região.
A Irna disse que o local do incidente foi identificado, mas a organização Crescente Vermelho, que participa das buscas, informou que o helicóptero ainda não foi encontrado, segundo a agência.
Quem é Ebrahim Raisi
Ebrahim Raisi, de 63 anos, foi eleito em 2021 para um mandato de 4 anos, com discurso de defensor das classes desfavorecidas e de combate à corrupção.
Ultraconservador e partidário declarado do regime atual do país, Raisi foi liderança do judiciário iraniano e é acusado de ter participado da execução de cerca de 3 mil dissidentes na década de 1980 sem processo judicial.
Em 2022, já sob Raisi, o governo iraniano reagiu com violência à onda de protestos que pediam justiça por Mahsa Amini, uma jovem que morreu três dias após ser presa por não usar adequadamente o véu em local público. Mais de 500 manifestantes foram mortos nos protestos, segundo a Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos (Hrana).
Na ocasião, Raisi afirmou que o Irã deveria “lidar de forma decisiva com aqueles que se opõem à segurança e tranquilidade do país”.
No plano internacional, Irã viveu um escalada de tensão com Israel que, em 1º de abril, matou 7 membros da Guarda Revolucionária num ataque à embaixada iraniana na Síria. Em resposta, em 13 de abril, o Irã lançou um ataque contra Israel, que retaliou em 18 de abril.
O que acontece se o presidente do Irã morre?
De acordo com o artigo 131 da Constituição da República Islâmica, se um presidente ficar incapacitado de exercer suas funções ou morrer no cargo, o vice-presidente assume a posição.
A sucessão só ocorre com a aprovação do líder supremo, hoje o aiatolá Ali Khamenei, que tem a palavra final em todos os assuntos de Estado.
Entretanto, o governo do vice é apenas transitório. Um conselho composto pelo vice-presidente, pelo presidente do Parlamento e pelo chefe do poder judiciário deve organizar novas eleições em até 50 dias.
Fonte: G1 – Foto: Reprodução/TV Globo
