16 abril, 2024

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Hector Babenco morre aos 70 anos

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O cineasta Hector Babenco morreu após parada cardíaca na noite desta quarta-feira (13) em São Paulo. Nascido na Argentina, mas naturalizado brasileiro, Babenco tinha 70 anos e havia sido indicado ao Oscar de melhor diretor pelo filme “O beijo da mulher aranha” (1985). Também dirigiu clássicos como “Pixote: A lei do mais fraco” (1982) e “Lúcio Flavio, o passageiro da agonia” (1977), além de “Carandiru” (2003).

Ele estava internado no Hospital Sírio Libanês desde terça para tratar uma sinusite, segundo sua filha, a fotógrafa Janka Babenco. “Ele já estava com o corpo cansado e teve a parada cardiorrespiratória. Foi tudo muito simples, muito básico”, disse Janka.

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Ela afirmou que Babenco, como pai, era “lindo”, “o melhor de todos”. “Ele já tinha cumprido sua carreira de 40 anos. Faz parte da história de cinema desse país”, completou Janka.

Além de Janka, Babenco deixa mais uma filha, dois netos e a esposa, a atriz Bárbara Paz, com quem era casado desde 2010.

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O velório será nesta sexta-feira (15), na Cinemateca, em São Paulo, das 10h às 15h. Depois disso, o corpo do cineasta será cremado no cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, em uma cerimônia apenas para familiares e amigos.

Carreira no Brasil

Babenco nasceu em Buenos Aires, na Argentina, em 1946 e se mudou para o Brasil aos 19 anos. Naturalizou-se em 1977. Fez aqui uma carreira com filmes de peso. Antes de fazer seu primeiro longa, assinou a produção e codireção do documentário “O fabuloso Fittipaldi” (1973), em parceria com Roberto Farias.

Seu primeiro trabalho de ficção como cineasta foi “O rei da noite” (1975). Estrelado por Paulo José e Marilia Pêra, o filme mostra a história de Tertuliano, narrada por ele mesmo, desde sua infância até a velhice.

Nascido em uma família paulistana tradicional, mas já arruinada, Tertuliano tem de conviver com a doença mental do pai, o ocaso familiar e uma série de casos amorosos.

Depois, veio um clássico do cinema nacional, como “Lúcio Flávio, o passageiro da agonia” (1977), em que Reinaldo Faria interpreta o bandido que ganhou notoriedade nos anos 1970 pelos roubos e fugas espetaculares. 

Indicação ao Oscar

Um dos principais trabalhos de Babenco é “O beijo da Mulher-Aranha” (1985), pelo qual foi indicado ao Oscar de melhor diretor. O longa rendeu a estatueta de melhor ator para William Hurt e concorreu também nas categorias de roteiro adaptado e de melhor filme. Sônia Braga e Raul Julia (“Família Adams”) também estavam no elenco.

Baseada no livro homônimo de Manuel Puig, a história se passa num presídio de um país latino-americano, em que um militante de esquerda e um homossexual dividem uma cela.

Outra obra marcante de Babenco foi seu trabalho seguinte, “Pixote: A lei do mais fraco” (1982), que conta a história de um garoto que faz parte de um grupo de crianças de rua. Após sofrer muito em um reformatório, ele faz aliança com uma prostituta, interpretada por Marília Pera.

Na vida real, “Pixote” terminou em tragédia. O ator Fernando Ramos da Silva, que interpretou o protagonista do filme, acabou não seguindo carreira. Sete anos após o lançamento do filme, foi assassinado por policiais em São Paulo.

Dirigiu astros internacionais

Ao longo da carreira, Hecton Babenco também dirigiu astros do cinema internacional. Em “Ironweed” (1987), dirigiu Jack Nicholson e Meryl Streep – e os dois foram indicados ao Oscar pelos trabalhos.

Já em “Brincando nos campos do senhor” (1990), dirigiu Aidan Quinn e Katty Bates. Depois deste último, passou um longo período sem fazer filmes após descobrir um câncer linfático. Seu trabalho seguinte foi “Coração Iluminado” (1998), que antecedeu “Carandiru” (2003). O filme resultou ainda na série “Carandiru – Outras hitórias” (2005), codirigida por Walter Carvalho e Roberto Gervitz e exibida pela TV Globo.

Hector Babenco também dirigiu de teatro, com destaque para “Loucos de amor” (1988), “Closer – Mais perto” (2000) e “Hell” (2010). A montagem mais recente havia sido “Vênus em visom”, em cartaz em 2013 e em 2014.

Última obra

Em seu tratamento contra o câncer, Babenco se submeteu a um transplante de medula nos anos 1990, experiência que resultou em seu último filme, o autobiográfico Meu amigo hindu” (2015).

O protagonista é um cineasta chamado Diego – o papel é do ator americano Willem Dafoe – que descobre um câncer em estado terminal. Quando confrontado pela Morte (Selton Mello), ele expressa só um desejo: realizar mais um filme.

O título do filme é uma referência a um garoto indiano que Diego conhece nos Estados Unidos, que também passa por tratamento, e com quem o protagonista encontra uma saída lúdica para enfrentar a doença.

Fonte: G1

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