Anúncios
A fria manhã de ontem, 5, foi de barulho por algumas ruas na região central de Botucatu. Mais de 150 pessoas, entre servidores técnico-administrativos, professores e alunos da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em greve, promoveram manifestação contra a proposta de aumento salarial de 1,5% apresentada pela Reitoria.
O ato teve início no Largo da Catedral, com a concentração dos grevistas para debater os rumos da mobilização. Na sequência, uma passeata percorreu diversos pontos da região Central, como a Avenida Dom Lúcio e Rua Amando de Barros. Pequenas manifestações ocorreram em frente à Câmara Municipal e na Praça Emílio Pedutti. Em nenhum momento o trânsito ficou comprometido.
Anúncios
Com cartazes que traziam reivindicações como reajuste maior do que o apresentado pela reitoria, melhoria na infraestrutura educacional, implantação de políticas de valorização profissional e de permanência estudantil, o ato também teve palavras de ordem quanto ao que chamaram de falta de poder de investimento e “sucateamento” do ensino superior público.
Tanto professores, quanto servidores técnico-administrativos, estão oficialmente em greve desde 27 de maio, quando rejeitaram a proposta oferecida pelo Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) – que engloba ainda a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) –
Anúncios
onde prevê o reajuste salarial de 1,5%.
O valor é considerado insuficiente por ambas as categorias, já que seria necessário, conforme estimativa da entidade, aumento superior a 16% para o alinhamento nos vencimentos comparativamente com os funcionários das outras duas universidades públicas estaduais, Universidade de São Paulo (USP) e Unicamp.
Outro ponto amplamente citado durante a manifestação foi o imbróglio causado pelo pagamento do décimo terceiro salário dos servidores e professores regidos em sistema autárquico. O crédito do direito trabalhista só ocorreu por causa de intensa negociação e ordem judicial. Para que isso ocorresse, a própria reitoria da Unesp afirmou que comprometeria o orçamento de 2018.
Rosana Bicudo, do Sindicato dos Trabalhadores da Unesp (Sintunesp), ressalta que as negociações entre a categoria e reitoria estão paradas e sem perspectiva de retomada nos próximos dias.
“Tínhamos uma reunião avaliativa e de negociação com a reitoria marcada para o dia 30 de maio, mas ela foi cancelada devido a problemas que ocorreram na Unicamp e também com
a paralisação dos caminhoneiros e a falta de combustíveis. Mas a universidade não agendou, ou mesmo se dispôs a reagendar, uma nova rodada de negociação”, frisou.
Os comandos de greve tanto voltarão a se reunir na manhã desta quarta-feira, 6, para avaliar os rumos da paralisação.
Não são descartados, conforme salientam as direções de Sintunesp e da AD Unesp, novos atos e manifestações no câmpus de Rubião Júnior e na Fazenda Experimental do Lageado, bem como, na área urbana de Botucatu.
A Unesp conta com mais de 3.700 professores nas mais de 34 unidades instaladas em 24 cidades paulistas. Fornecem suporte às atividades de ensino, pesquisa e extensão da universidade mais de 6.700 funcionários.
Os 136 cursos de graduação contam com 33 mil alunos e nos programas de pós-graduação mais de 14 mil alunos estão inscritos.
Fonte: Jornal Leia Notícias Por Flávio Fogueral