Anúncios
A preocupação não permite que a dona de casa Aline Parreira de Jesus faça seu resguardo normalmente. Após três exames de ultrassom mostrarem que ela esperava gêmeos, a mulher recebeu apenas um bebê depois do parto, no Hospital Municipal Antônio Martins da Costa, em Quirinópolis, região sul de Goiás. Angustiada, ela diz que sentia os dois filhos na barriga e quer saber o que aconteceu após dar à luz.
“[Sinto] muita revolta. Estava esperando dois [bebês], falaram que eram dois, depois falaram que era um. Não entendi nada. Tem que aparecer [o outro filho], de um jeito ou de outro”, desabafa.
Anúncios
A Polícia Civil investiga o caso e crê em um erro de diagnóstico. O hospital alega que a mulher deu à luz apenas um bebê e que está ajudando na apuração.
Aline deu à luz na última sexta-feira (13) e recebeu alta dois dias depois. Ela conta que entrou na sala de parto desacompanhada e que “apagou” após a anestesia para a cesariana. “Não deixaram nem acompanhante, nem pai, nem ninguém assistir ao parto além de médicos e enfermeiros”, afirma.
Anúncios
Ao acordar, Aline disse que se sentiu “frustrada” ao ver apenas um bebê no berço. Segundo a dona de casa, ela até questionou a equipe do hospital, mas que eles não explicaram o que ocorreu.
Aline destaca que teve uma gestação tranquila e que todos os exames apontavam que ela esperava gêmeos. Ela também sentia que tinha dois bebês na barriga.
“Duas crianças mexendo, os dois chutando, formava a cabecinha dos dois na minha barriga. É angustiante. Estou preocupada com o outro [bebê], porque isso não é normal. Ter os dois meninos na barriga, mas ganhar só um”, reclama.
Investigação
Após deixarem o hospital, a família fez uma ocorrência na polícia. A delegada Simone Casemiro Campi, responsável pelo caso, disse que foram apresentados a ela três exames de ultrassom, feitos em locais e com médicos diferentes e que todos apontaram uma gestação dupla. Mesmo assim, ela suspeita que a gravidez não era de gêmeos.
“Me foi passado, preliminarmente, que existe uma explicação médica para essa situação, uma justificativa para que isso aconteça. Mas só vou pegar detalhes quando ouvir os profissionais envolvidos no caso. A princípio, houve erro de diagnóstico”, disse a delegada ao G1.
Porém, a advogada do casal, Sandra Garcia de Oliveira, afirmou que os exames eram claros em relação à existência de dois bebês.
“Constam os batimentos de dois bebês e o peso de dois bebês. Tudo está comprovado pelas imagens que mostram dois bebês”, destaca a advogada.
Duas declarações de nascimento
O marido de Aline, Erivaldo Correia da Silva, disse que o hospital ainda emitiu duas declarações que confirmavam que os dois bebês tinham nascido. Em relação a esta questão, a delegada informou que o que ocorreu, na verdade, foi um erro por parte da equipe médica do hospital.
“A declaração foi preenchida na sexta-feira, quando a criança nasceu. No domingo, quando deram alta para a mãe e o bebê, a equipe de plantão era outra. Foram procurar a documentação e não acharam. Então, emitiram outra, o que não é correto”, explica.
“Posteriormente, acharam a primeira declaração. Então a família ficou com as duas, dando a impressão de que eram de duas crianças. Mas todos os dados são idênticos, o que aparenta que a declaração foi feita em duplicidade”, completa.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Quirinópolis disse que não entregou a declaração de nascido vivo de duas crianças, mas de apenas uma, duas vezes. Isso, segundo o órgão, é que causou a confusão. A secretaria disse ainda que está fornecendo toda a documentação para que o caso seja esclarecido na investigação policial.
Fonte: G1