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O governo panamenho e a Autoridade do Canal do Panamá (ACP) negaram nesta quinta-feira (6) que embarcações dos EUA tenham “passe livre” pela hidrovia, desmentindo afirmação do Departamento de Estado americano.
O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, chamou a afirmação do órgão do governo americano de “intolerável” e uma “falsidade absoluta”. Mulino também pediu ao embaixador do país nos EUA tomar “atitudes firmes” para lidar com a situação.
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“Tenho que rejeitar essa declaração do Departamento de Estado porque ela se baseia em uma falsidade. (…) Isso é intolerável, simplesmente intolerável. E hoje o Panamá está expressando ao mundo a minha rejeição absoluta de continuarmos a explorar as relações bilaterais com base em mentiras e falsidades”, afirmou Mulino.
A fala desmentida é mais um episódio das tensões entre EUA e Panamá em meio a ameaças do presidente Donald Trump de retomar o controle da travessia, e dias após uma visita do secretário de Estado, Marco Rubio, ao país.
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O Departamento de Estado dos EUA havia afirmado no início desta quinta-feira que o governo do Panamá havia concordado em não cobrar mais taxas de travessia para embarcações do governo dos EUA, uma medida que economizaria milhões de dólares por ano para os EUA.
Em resposta, a autoridade do canal, uma agência autônoma supervisionada pelo governo panamenho para administrar a hidrovia, disse em um comunicado que não havia feito nenhuma alteração para cobrar taxas ou direitos para atravessar o canal.
“Com total responsabilidade, a Autoridade do Canal do Panamá, como indicou, está disposta a estabelecer diálogo com autoridades relevantes dos EUA em relação ao trânsito de navios de guerra provenientes do referido país”, respondeu a autoridade do canal.
Canal do Panamá na mira de Trump
O Panamá se tornou um ponto focal do governo Trump, depois que o presidente acusou o país centro-americano de cobrar taxas excessivas para usar sua passagem comercial, uma das mais movimentadas do mundo.
“Se os princípios, tanto morais quanto legais, desse gesto magnânimo de doação não forem seguidos, exigiremos que o Canal do Panamá nos seja devolvido, na íntegra e sem questionamentos”, disse Trump no mês passado.
Trump também afirmou repetidamente que o Panamá cedeu o controle do canal à China, o que o Panamá e a China negam.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, reuniu-se com o presidente panamenho José Raúl Mulino no início desta semana, como parte de uma viagem pela América Central, e Mulino prometeu se retirar da Iniciativa Cinturão e Rota da China.
Mulino também tem rejeitado a ameaça de Trump de que os EUA retomem o controle do canal.
Fonte: G1