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O Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos propôs listar pela primeira vez todas as três subespécies de girafas do norte da África Ocidental, Central e Oriental como ameaçadas de extinção sob o Endangered Species Act, e outras duas espécies do leste da África como ameaçadas. A medida se dá em resposta ao declínio populacional de girafas causado pela caça ilegal, perda de habitat e mudanças climáticas.
“As proteções federais para girafas ajudarão a proteger uma espécie vulnerável, promover a biodiversidade, apoiar a saúde do ecossistema, combater o tráfico de vida selvagem e promover práticas econômicas sustentáveis”, disse Martha Williams, diretora do Serviço, em comunicado. “Esta ação apoia a conservação das girafas, ao mesmo tempo em que garante que os Estados Unidos não contribuam ainda mais para seu declínio.”
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Se finalizada, a regra proposta beneficiará as girafas por: reduzir a caça e o comércio ilegal, exigindo licenças para importação para os EUA; aumentar o financiamento para a conservação de espécies em seus países de distribuição, aumentar esforços de pesquisa para atender às necessidades de conservação e conscientização dos EUA e do mundo sobre o declínio das girafas; e fornecer assistência financeira limitada para desenvolver e gerenciar programas de conservação de girafas.
Populações em queda
As girafas são os animais terrestres vivos mais altos e os maiores ruminantes da Terra. Elas são versáteis e se adaptaram a uma variedade de habitats, de paisagens desérticas a ecossistemas de florestas e savanas, formando um amplo arco pela África subsaariana, cobrindo o oeste, centro, leste e sul da África.
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A população das três subespécies do norte do continente declinou aproximadamente 77% desde 1985, de 25.653 para 5.919 indivíduos. Hoje, restam apenas 690 girafas da África Ocidental.
Da parte leste, a população das girafas reticuladas é estimada em 15.985 indivíduos, com 99% encontrados no Quênia, e a das girafas Masai é de cerca de 45.402, aproximadamente 67% de seus números da década de 1970.
“Esses gigantes gentis estão sofrendo uma extinção silenciosa, e as salvaguardas da Lei de Espécies Ameaçadas restringirão as importações dos EUA de peles de girafas e outras partes do corpo”, disse Tanya Sanerib, diretora jurídica internacional do Centro para Diversidade Biológica, que solicitou proteções para girafas em 2017.
Em entrevista ao The Guardian, ela destacou que dados recentes, de 2022, “mostram de tudo entrando nos EUA, desde caudas e crânios de girafas até muitas peles, produtos de couro, ossos, esculturas em ossos, troféus de caça, pés de girafa, tapetes de girafa e joias de girafa”.
O Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos pontuou que, embora o comércio não seja a principal causa do declínio das populações de girafas selvagens, pode ter um efeito aditivo quando combinado com perda de habitat e caça furtiva.
“As girafas são valorizadas por seus pelos, caudas e uso na medicina tradicional, mas nos últimos anos elas têm sido cada vez mais alvos de caçadores e caçadores furtivos para carne de caça”, disse o órgão em comunicado.
A regra propôsta foi publicada no Federal Register na quinta-feira (21) e estará aberta para comentários públicos por 90 dias – todos os recebidos até 19 de fevereiro de 2025 serão revisados e considerados, antes que a regra final seja divulgada.
Fonte: Um Só Planeta