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A socialite britânica Ghislaine Maxwell foi declarada culpada por um júri dos Estados Unidos nesta quarta-feira (29) por ajudar o financista Jeffrey Epstein a abusar sexualmente de adolescentes.
Ghislaine, que namorou o financista na década de 90, foi condenada por recrutar e aliciar quatro adolescentes para Epstein entre 1994 e 2004, informou a agência de notícias Reuters. O crime de tráfico sexual de menores é punido com 40 anos de prisão.
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Epstein foi preso em julho de 2019, acusado de abusar de meninas de 14 anos e de operar uma rede de exploração sexual de menores. Ele foi encontrado morto em agosto do mesmo ano, em sua cela em uma prisão de Manhattan, aos 66 anos.
Junto com os casos do produtor de cinema Harvey Weinstein e do cantor R. Kelly, o caso de Maxwell está entre os julgamentos de maior repercussão após o movimento #MeToo, que encorajou mulheres a falarem sobre abuso sexual sofrido por parte de famosos e poderosos.
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Ghislaine é filha de um grande empresário da imprensa britânica, Robert Maxwell, que fundou uma editora e foi dono de tablóides, incluindo o Daily Mirror. Ele foi encontrado morto em seu iate perto das Ilhas Canárias em 1991.
Durante o namoro na década de 90, Ghislaine e Epstein compareciam a festas da alta sociedade e viajavam em luxuosos jatos particulares.
Poucos meses após a morte de Epstein, Ghislaine comprou uma casa por US$ 1 milhão em Bradford, New Hampshire, onde permaneceu fora dos holofotes até sua prisão em julho de 2020.
Testemunhos no julgamento
Durante o julgamento, os jurados ouviram o testemunho de quatro mulheres, duas das quais disseram ter 14 anos quando Epstein começou a abusar delas. Três das mulheres disseram que a própria Ghislaine as havia tocado de forma inadequada, informou a agência Reuters.
Uma mulher conhecida pelo pseudônimo de Jane testemunhou que ela tinha 14 anos quando Epstein a abusou pela primeira vez em 1994. Segundo ela, Ghislaine participava às vezes de seus encontros sexuais com Epstein e agia como se fosse normal.
“Isso me deixou confusa, porque não parecia normal para mim”, disse Jane. “Eu nunca tinha visto ou sentido nada parecido com isso.”
“Ghislaine Maxwell fez suas próprias escolhas. Ela cometeu crimes de mãos dadas com Jeffrey Epstein. Ela era uma mulher adulta que sabia exatamente o que estava fazendo”, disse a procuradora-assistente dos EUA, Alison Moe.
Na argumentação final, Moe afirmou ainda que a presença de Ghislaine fazia as meninas se sentirem confortáveis com Epstein. Caso contrário, receber um convite para passar um tempo com um homem de meia-idade teria parecido “assustador”, disse.
“Epstein não poderia ter feito isso sozinho”, acrescentou.
Os advogados de Ghislaine argumentaram que ela estava sendo usada como bode expiatório para Epstein e procuraram retratar os relatos das quatro acusadoras como não confiáveis, dizendo que suas memórias haviam sido corrompidas ao longo das décadas e que eram motivados por dinheiro.
“A morte de Epstein deixou uma lacuna na busca por justiça para muitas dessas mulheres”, disse a advogada de defesa de Maxwell, Bobbi Sternheim.
Fonte: Yahoo!