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Funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) mantêm o estado de greve, após orientação dos sindicatos da categoria. As rodadas de negociação entre a estatal brasileira e os servidores se arrastam há semanas e, após intervenção do Tribunal Superior do Trabalho (TST), decisões serão tomadas somente em 14 de agosto. A Justiça propõe a manutenção do último acordo coletivo firmado entre as partes.
A orientação pelo adiamento da greve foi dada após assembleia realizada com os sindicatos representativos da categoria na tarde de terça-feira, 7. Em Botucatu, as negociações atingem 72 servidores que estão vinculados diretamente aos Correios, com maior predominância na função de carteiro. Não estão contabilizados os funcionários que atuam de forma terceirizada.
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Entre as principais reivindicações da categoria estão o reajuste salarial de 4,39%, mais o acréscimo de R$ 300 linear para as funções, manutenção das cláusulas do acordo coletivo, além da permanência de benefícios sociais, como o vale-cultura. Outros pontos de solicitação frisam a permanência do vale-refeição nas férias, além do retorno aos contratos originais do plano de saúde.
Em contrapartida, a empresa ofereceu, inicialmente, 1,5% de reajuste salarial, além de mudanças nos planos de saúde. A primeira proposta ocorreu no início de julho, com as negociações se arrastando ao longo das semanas. Em 31 de julho, nova oferta por parte da empresa: salários teriam aumento e 2,21%, valor ainda inferior à inflação de 2,95% registrada no acumulado de 2017, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Luiz Bataiola, vice-presidente do Sindicato, salienta que tanto a questão salarial quanto o plano de saúde são os pleitos de maior urgência da categoria. Quanto aos vencimentos, o sindicalista exemplifica a função de carteiro, que tem salário-base de R$ 1.613,44 para uma jornada de oito horas diárias.
“Temos acordos coletivos de trinta anos, com benefícios que complementam o rendimento. Para se ter uma ideia, os salários pagos pelos Correios são um dos menores de todo o funcionalismo federal”, frisa o sindicalista.
A questão do plano de saúde começa a ter maior presença dentro das discussões da categoria. Mudanças nas regras do benefício fizeram com que os servidores da ECT passassem a contribuir continuamente, mesmo que não utilizem dos serviços inclusos.
Outro ponto frisado pelo sindicato é quanto ao déficit funcional. Estima-se que somente na região de Bauru (a qual Botucatu está inserida), a estatal não repôs 600 cargos de servidores que se aposentaram ou aderiram aos planos de demissão voluntária.
Em nota oficial, os Correios salientam aguardar a decisão dos trabalhadores frente às propostas do TST. A empresa ressalta que nos meses de junho e julho foram promovidas quinze reuniões com os sindicatos funcionais. “Os Correios aguardam, agora, a aprovação da proposta pelas assembleias para assinarem o acordo coletivo, porém já implantaram um plano de contingência para garantir a continuidade da prestação dos serviços à população, caso a greve seja deflagrada”, complementa o documento encaminhado pela estatal.
Fonte: Jornal Leia Notícias por Flávio Fogueral