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Fumio Kishida, eleito pelo Parlamento nesta segunda-feira (4) como o novo primeiro-ministro do Japão, é um ex-ministro das Relações Exteriores pouco carismático, mas com um caráter de consenso.
Ele é de uma família de políticos de Hiroshima, contrário ao casamento gay (que continua ilegal no Japão) e fã de beisebol (o esporte preferido dos japoneses).
Kishida morou durante a sua infância em Nova York, onde diz ter sido alvo de racismo, e trabalhou pela visita de Obama em 2016 à cidade devastada pela bomba atômica.
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O político de 64 anos deu um passo decisivo para se tornar o 100º premiê do país na semana passada, ao conquistar a presidência do Partido Liberal Democrático (PLD), sigla da direita conservadora que domina a vida política japonesa desde 1955.
Foi a segunda tentativa de Kishida de comandar o governo nipônico. Ele perdeu a disputa pela liderança do PLD em 2020, ao ser derrotado na votação interna por Yoshihide Suga, que está deixando o cargo.
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“Não era suficientemente bom”, admitiu Kishida sobre a sua derrota no ano passado. “Desta vez foi diferente. Tenho a firme convicção de que sou o líder necessário agora”.
‘Aposta mais segura’
Suga renunciou depois de apenas um ano como primeiro-ministro, devido à sua impopularidade e às falhas no combate à pandemia. Para se tornar premiê, Kishida venceu Taro Kono, que coordenou a campanha de vacinação contra a Covid-19 no país.
Brad Glosserman, analista político e professor da Universidade Tama de Tóquio, diz que as correntes dominantes no PLD consideraram que Kishida é “uma aposta mais segura” que Kono, que é mais popular entre os militantes e “menos influenciável” pelos líderes do partido.
Visita histórica de Obama
Kishida é um ex-funcionário do setor bancário que foi ministro das Relações Exteriores por cinco anos (entre 2012 e 2017), durante o governo do premiê Shinzo Abe.
Ele trabalhou pela visita do então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a Hiroshima em 2016. Foi a primeira vez que um presidente americano em exercício visitou a cidade devastada pela bomba atômica em 1945.
Energia nuclear
O político é, ao mesmo tempo, defensor do desarmamento nuclear no mundo e do uso da energia nuclear para fins civis (seu uso se tornou restrito no Japão devido à catástrofe de Fukushima em 2011).
Kishida defende que, além de retomar a atividade em antigos reatores, o país deveria desenvolver pequenos reatores modulares.
Contrário ao casamento gay
Nas questões sociais e direitos civis, o novo premiê é mais conservador que Kono, seu grande rival no PLD. Kishida afirmou que não ainda chegou o momento de “aceitar o casamento entre pessoas do mesmo sexo”, que continua ilegal no Japão.
Ele também mostrou uma opinião pouco clara sobre o direito das pessoas casadas de não usarem o mesmo sobrenome do outro integrante do casal, uma questão polêmica no país.
Fã de beisebol e infância em NY
Fã de beisebol, o esporte preferido dos japoneses, Kishida torce para o Hiroshima Toyo Carp, clube de seu reduto familiar e político.
O político morou com sua família em Nova York durante a infância, onde afirma ter sido vítima de racismo na escola.
Deputado por Hiroshima
Para desgosto de seus pais, Kishida falhou por três vezes em conseguir entrar na Faculdade de Direito da prestigiosa Universidade de Tóquio (“Todai”) e estudou Direito em Waseda, outra conhecida universidade da capital japonesa.
Seguindo os passos do pai e do avô, Kishida é deputado por Hiroshima desde 1993 na Câmara Baixa do Parlamento japonês.
Fonte: Yahoo!