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Várias partes do Brasil estão pegando fogo. O mês de julho, inclusive, foi o pior para o Brasil em queimadas em 20 anos. Segundo dados do Programa BDQueimadas, operado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados 22.478 focos de calor no período – em julho de 2005, foram 30.235.
Com tantos focos, a fumaça se espalhou pelo país e chegou até a região Sul – ela é tão densa que pode ser vista claramente por imagens de satélite do Inpe. Segundo o Climatempo, ventos em 850 hPa, aproximadamente 1,5 mil metros acima do nível do mar, desempenham um papel crucial no seu transporte.
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Os ventos dispersam os poluentes, impactando a qualidade do ar em regiões distantes das fontes de incêndio. “A Cordilheira dos Andes atua como uma barreira natural, alterando os padrões de vento e direcionando a fumaça para o Sudeste, afetando áreas como o Sudeste e Sul do Brasil”, explicou a empresa de serviços meteorológicos.
A empresa de meteorologia acrescentou que os Andes bloqueiam a umidade vinda do Pacífico, contribuindo para a seca no interior do continente durante o inverno. Essa seca intensifica as queimadas, aumentando a quantidade de fumaça gerada, que é então transportada pelos ventos para outras regiões.
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Situação no Pantanal
No mês passado, o fogo atingiu com o força o Pantanal, mas, no dia 17, o governo federal informou que aproximadamente 96% dos incêndios haviam sido apagados ou controlados. Só que agora a situação está dramática novamente.
As queimadas se intensificaram no bioma nas últimas semanas, resultante do tempo quente e seco. “As temperaturas seguem estáveis e acima da média, entre 34ºC e 37ºC, com umidade baixa entre 10% e 30%. Tudo isso é favorável para a ocorrência de incêndios florestais. Entre agosto e setembro ocorrem os maiores incêndios florestais e as condições previstas são favoráveis para o fogo”, explicou Valesca Fernandes, meteorologista do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (CEMTEC), ao Correio do Estado.
Dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA/UFRJ) publicados pelo jornal mostram que, em junho, quando houve o período mais crítico deste ano, o fogo chegou a destruir 14,6 mil hectares de vegetação, em média, por dia no bioma. Em julho, a média diária de área queimada chegou a 4,8 mil hectares.
Os registros mais graves foram identificados até a sexta-feira (2) em Nhecolândia (fazendas Tupaceretã e Porto do Ciríaco), região do Abobral, Rio Verde, Serra do Amolar (em área que fica entre a Bolívia e Mato Grosso do Sul), Porto da Manga, Albuquerque e nas proximidades da área de adestramento do Rabicho (Corumbá), onde fica a Marinha do Brasil.
Fonte: Um Só Planeta