15 de novembro, 2024

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Fumaça das queimadas encobre o céu do Brasil; Argentina e Uruguai deverão ser atingidos

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Desde pelo menos o final de semana, o céu do Brasil está coberto por fumaça, resultado de queimadas recordes que atingem várias partes do país. E a nuvem de material particulado e monóxido de carbono ainda deverá chegar até Buenos Aires, na Argentina, e Montevidéu, no Uruguai, nos próximos dias.

Reportagem do g1 destaca que fumaça tem origem principalmente das queimadas na região sul da Amazônia, que inclui os estados do Amazonas, do Pará e do Mato Grosso. Também há focos de fogo na parte boliviana da floresta – uma missão humanitária composta por 62 bombeiros do Brasil foi enviada ao local para ajudar – no interior de São Paulo, em Goiás e no Mato Grosso do Sul.

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Segundo a especialista em qualidade do ar e pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Karla Longo, com a temporada de queimadas, a fumaça chega a uma extensão de quase 5 milhões de quilômetros quadrados. Isso é quase 60% de todo o território nacional, aponta a apuração.

Em Goiás, um grave incêndio iniciado na última quinta-feira (5) destruiu 10 mil hectares do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. De acordo com a administração da unidade de preservação, a área atingida é ainda uma estimativa e fica entre o Paralelo 14 e a Cachoeira Simão Correia.

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Manaus em meio à fumaça potencializada pela seca e queimadas na Amazônia. (Foto: Rede social X/Amom Mandel)

Fumaça prejudica qualidade do ar

A densa nuvem de fuligem começou a se espalhar no último mês – o agosto mais quente já registrado globalmente, segundo o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), da União Europeia – e, desde então, permanece na atmosfera.

Com a onda de calor atual e sem a expectativa de novas frentes frias que possam arrastá-la, o céu do Brasil deverá continuar encoberto. A área mais afetada será a Sul, entre o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

A reportagem do g1 explica que a fumaça se espalha através das correntes de vento. Há um fluxo natural que vem do oceano, entra no território brasileiro pelo nordeste, passa pela Amazônia ganhando umidade e segue para o Sul do Brasil.

Dessa vez, no entanto, ao passar pela Amazônia, a corrente encontrou a fumaça e espalhou-a pelo país. Ao menos dez estados foram impactados. Importante salientou que, além de deixar o céu escuro, essa condição prejudica a qualidade do ar. Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) apontam que mais de 200 cidades brasileiras estão vivendo um “clima de deserto”, com índice de umidade relativa do ar de até 20%.

Seca na Amazônia

A Amazônia enfrenta queimadas recordes, situação agravada pela seca severa que atinge a região. Segundo pesquisadores, devido a alterações no processo de evaporação da água no Oceano Atlântico, principal fonte de umidade da Bacia Amazônica, está chovendo menos na região.

“Em condições normais, a água quente do Atlântico evapora para a atmosfera, e esse vapor de água é levado para a Amazônia pelos ventos alíseos”, explicou o cientista Jochen Schöngart, doutor em Ciências Florestais e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). “Mas, quando o Atlântico Tropical Norte fica aquecido demais, ocorre um desequilíbrio, e todo aquele vapor de água gerado não entra mais aqui na Amazônia.”

O especialista acrescentou que a seca este ano não é tão grave quanto a de 2023, quando a anormalidade foi observada em quase todo o bioma, em grande parte devido à ocorrência do fenômeno El Niño. Este ano, os quadros mais severos se limitam à parte sul da Amazônia.

Fonte: Um Só Planeta

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