23 de novembro, 2024

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Frio pode aumentar incidência de doenças cardiovasculares

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Em dias mais frios, principalmente abaixo de 14ºC, casos de infarto podem aumentar em até 30%, segundo o Instituto Nacional de Cardiologia. Médicos especialistas alertam sobre o risco de complicações cardiovasculares no inverno, principalmente em pacientes que já têm cardiopatias ou que desenvolveram sequelas cardiológicas pós-Covid-19.


“No frio, nosso organismo tem um mecanismo compensador para evitar perda de calor”, explica Fernanda Mangione, cardiologista intervencionista da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI).
Segundo a médica, há uma contração dos vasos sanguíneos periféricos, o que aumenta a pressão arterial e faz o coração ficar mais sobrecarregado, já que é preciso bombear sangue contra uma certa resistência.

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Essa situação, somada a fatores de risco para doenças cardiovasculares, faz com que a incidência de cardiopatias seja maior no inverno. Pessoas com diabetes, hipertensão, colesterol alto, obesas ou tabagistas devem ter atenção redobrada em dias de baixa temperatura.


“Aqueles que já têm fatores de risco têm uma propensão a terem placas de gordura nas artérias. Com o aumento da sobrecarga do coração, as placas formam coágulos que obstruem as artérias coronárias, o que leva ao infarto”, esclarece Mangione.

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Os sintomas de infarto incluem dores no peito, falta de ar, formigamentos e mal-estar em geral. Além dele, o frio também pode trazer maior incidência de insuficiências e arritmias cardíacas, de acordo com o cardiologista do Hospital Santa Catarina, Nilton Carneiro.


O médico explica que a insuficiência cardíaca acontece quando o coração não consegue bombear sangue suficiente para o corpo todo, o que pode gerar inchaços pelo corpo e cansaço ou fadiga ao realizar atividades que anteriormente não cansavam tanto.


“As arritmias causam sensação de coração disparado, palpitações ou batimentos irregulares, eventualmente com um curso mais devagar, o que pode estar associado a tonturas e desmaios”, complementa.


Em meio à pandemia, a atenção em relação às complicações cardíacas deve ser ainda maior. Isso porque indivíduos com cardiopatias podem desenvolver formas mais graves da Covid-19 e mesmo aqueles sem histórico podem apresentar sequelas cardíacas após a doença.


“Ainda é cedo para falar sobre sequelas a médio e longo prazo, mas já temos registro de complicações no músculo cardíaco relacionadas principalmente às formas mais graves de Covid-19. Isso pode ser transitório ou, em uma parcela menor de pessoas, se transformar em uma complicação mais crônica”, diz Carneiro.

PREVENÇÃO ESTÁ NO DIA A DIA
As recomendações médicas para a prevenção de agravamentos cardiovasculares no frio devem fazer parte da rotina diária. Dentre elas, estão a manutenção de uma alimentação saudável, a prática de exercícios físicos e o uso de aquecedores e agasalhos para proteção contra as baixas temperaturas.


“No inverno, a tendência é beber menos água, mas é preciso estar bem hidratado. Quando estamos desidratados, o sangue fica mais grosso, mais viscoso, o que propicia a formação de coágulos”, explica Fernanda Mangione, cardiologista da SBHCI.


A médica também recomenda que se evite a mudança brusca de temperatura, como sair de ambientes quentes para outros com ar gelado.


Além disso, é imprescindível estar com a vacinação em dia e buscar manter doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, controladas através de medicações ou outras recomendações médicas.


Mangione reforça que é preciso buscar atendimento médico não só ao sentir dores no peito, já que problemas cardiovasculares também podem se manifestar de outras maneiras. “Se sentir um mal-estar muito diferente, sempre procure um serviço de emergência, um pronto-atendimento ou pronto-socorro, para que a possibilidade de infarto seja sempre descartada”, defende.


Fatores de risco para essas doenças cardiovasculares:
Diabetes
Colesterol alto
Hipertensão
Obesidade
Tabagismo
Sedentarismo
Má alimentação
Histórico familiar de doenças cardíacas

Prevenção:
Evitar mudanças bruscas de temperatura (choque térmico)
Estar sempre bem agasalhado e aquecido
Evitar estresse na rotina
Beber bastante água
Fazer exercícios físicos regularmente
Ter uma alimentação saudável
Estar com a vacinação em dia
Controlar doenças como diabetes, colesterol alto e hipertensão

Fontes: Fernanda Mangione, cardiologista intervencionista da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI); Nilton Carneiro, cardiologista do Hospital Santa Catarina; Instituto Nacional de Cardiologia.

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